O sonho de todo adulto é que a criança que está sob sua responsabilidade seja feliz, bem sucedida, independente e capaz de amar o próximo. O “como a si mesmo” vai ficando para segundo plano.
E é justamente aqui que mora a paradoxal missão de educar crianças. Pensamos que a criança precisa ser obediente porque caso contrário sofrerá no mundo lá fora e então cobramos regras que ela não consegue compreender sua importância e, ao mesmo tempo, quando ela mais precisa de afeto e amor que é quando ela “erra” estamos lá prontos para puni-la.
Assim, a criança vai aprendendo que ninguém está ali para ensiná-la e sim para cobrar ou punir. Cobrar é também um ato de amor. No entanto, é preciso estar atento à saúde emocional da criança. E somente poderemos contribuir com o seu desenvolvimento saudável se dermos mais atenção e respeitarmos os sentimentos e emoções que a criança vive.
Estimular a linguagem corporal é um dos meios mais eficientes e eficazes para que a criança se desenvolva emocionalmente. E podemos fazê-lo no dia a dia como:
-> Conversar olhando nos olhos da criança;
-> Ler histórias interpretando com ênfase os personagens e suas expressões correspondentes;
-> Brincar de fazer caretas usando as sensações de raiva, medo, nojo, amor, alegria, tristeza, surpresa;
-> Demonstrar que todo mundo erra, inclusive os adultos e temos oportunidade de consertar ou melhorar na próxima vez;
-> Cobrar menos e dar mais exemplos;
-> Brincar com a criança, fazê-la sorrir.
Dentre diversas outras estratégias que com certeza, com a sensibilidade aguçada, todos nós conseguimos conduzir uma melhor educação. As chaves para o sucesso são a observação, escuta e diálogo sempre.
Quando ouvimos e observamos mais a criança, ela nos dá dicas do que ela mais está precisando aprender, por isso elas são tão questionadoras e elétricas. Querem aprender e por isso chamam atenção e caso não lhe dermos a atenção que anseia, restará a ela ser agitada, desobediente ou muito calada e tímida. Ou seja, ela tenta chamar atenção, e quando punida, umas vão redobrar a “levadeza” outras vão se “fechar” no mundo delas. Estas são as maiores manifestações de que querem aprender mas ninguém as entende, então elas vão tentando estratégias até serem o centro das atenções. Quer seja porque são levadas e precisam de castigo a todo tempo, quer seja porque são tristinhas e precisam de cuidados ou olhares de pena a todo instante.
Quando conseguimos estimular na criança a importância de expressar suas emoções e que todas são boas e necessárias para vivermos saudáveis, ela aprende porque se sente amada e não porque é uma regra obedecer e fazer o que está sendo dito que precisa ser feito.
Uma criança obediente tende a ser um adulto triste. Uma criança que compreende as regras, a importância de utilizá-las, a habilidade de negociação e, sobretudo, o entendimento de que pode dialogar para que todas as partes sejam contempladas, aprenderá viver e conviver com e por amor e saberá amar o outro, inclusive como a si mesmo.
Quem é Marli Andrade?
Marli Andrade é Psicanalista e Psicopedagoga, Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade Argentina John Kennedy em Buenos Aires, defendendo a tese: “A influência da subjetividade nas interações profissionais”.
Autora de Literatura Infantojuvenil com o propósito de contribuir para que as crianças cresçam com equilíbrio emocional, autoestima e habilidades para interações intra e interpessoal tranquila e eficiente.
Escritora do livro “Primeiro você sonha, depois você dorme”, catalogado pela Câmara Nacional do Livro, sob o catálogo sistemático: Autoconhecimento, Comportamento social, Conduta de vida, Equilíbrio (Psicologia), Inconsciente, Realização pessoal, Relações interpessoais, Sonhos e Sucesso profissional.
Atua com palestras e treinamentos em instituições públicas e privadas, disponibilizando técnicas para que cada participante possa construir suas próprias estratégias para a gestão intra e interpessoal.
Psicanalista e Psicopedagoga
Doutoranda em Psicologia Social
Autora de Literatura Infanto Juvenil
Site: www.marliandrade.com.br