Um suposto comentário racista nas redes sociais está gerando polêmica na cidade de Coronel Fabriciano, na Região Metropolitana do Vale do Aço. Uma repórter da cidade está sendo processada por um açougueiro que teve um comentário político respondido com ofensas racistas. Ela alega que teve a conta invadida.
De acordo com a repórter Tatiane Souza, ela já fez um boletim de ocorrência denunciando a invasão. O caso aconteceu no último dia 9 quando ela publicou em sua conta no Facebook fotos de um evento de imprensa. No dia seguinte, segundo relata, ela não conseguiu mais acessar a sua conta.
“Estou imensamente abalada com isso. Quando acordei no dia 10 uma colega me ligou dizendo o que estava acontecendo e eu não conseguia acessar a minha conta com a minha senha para verificar. Eu nunca disse aquilo e ele sabe disso, nos conhecemos há 20 anos. O meu pai e o pai dos meus filhos é negro, não faz o menos sentido eu ter dito isto”, conta.
Segundo a repórter, ela já recebeu até ameaças de morte pelo WhatsApp depois do ocorrido. “Algumas mensagens dizem que vão tacar foco em mim para eu ficar preta igual a ele”, diz.
O denunciante e açougueiro João Batista de Souza, de 42 anos, não acredita que a conta tenha sido invadida. “Eu estava na página dela e por conhecer ela há muito tempo me achei no direito de cobrar porque ela estava no meio daquele pessoal, eu nem sabia que ela tinha ligação com o Partido dos Trabalhadores. Ela respondeu que estava em um evento de jornalismo e eu continuei falando com ela até que ela disse que eu estava com inveja, e eu respondi que nunca ia querer estar no meio de petistas e comecei a mandar mensagens políticas”, explica.
Ele acredita que é muito difícil que a conta dela tenha sido invadida porque “hoje em dia existe como bloquear o acesso de invasores”, explica.
O açougueiro fez uma denúncia no fórum local sobre injúria racial e o processo já tramita no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Uma audiência de conciliação entre as partes envolvidas foi marcada para o dia 29 de agosto.
Imagem divulgada pelo denunciante em uma rede social
(Fonte: O Tempo / Repórter: Juliana Baeta)