Polícia encontra ossada de mulher desaparecida há mais de um ano no Vale do Rio Doce

0

A Polícia Civil (PC) de Conselheiro Pena prendeu na tarde desta sexta-feira (15/7) um homem de 57 anos em flagrante, pelo crime de ocultação de cadáver. A prisão se deu após o avanço das investigações do desaparecimento de uma mulher de 54 anos, vista pela última vez no dia quatro de março do ano passado.

Uma ossada humana foi encontrada em uma cisterna desativada, em um sítio na zona rural da cidade. Após a prisão, o homem confessou ter matado a mulher por supostamente estar sendo ameaçado por ela. Para a PC, o real motivo pode estar ligado ao fato de que o suspeito desejava a vítima, que pretendia se mudar da cidade.

Segundo o delegado Douglas Ferraz Veloso, o homem já era suspeito de ter matado a mulher, pois além de ter sido o último a manter contato com a vítima, e ter um histórico no qual fazia insistentes investidas sobre ela, as informações que ele deu à polícia eram contraditórias.

“Logo no início do inquérito ele foi ouvido, e afirmava que havia dado um dinheiro para a mulher se mudar, pois era o desejo dela. Para confirmar isso, ele nos apresentou um extrato bancário que, supostamente, comprovaria que ele deu dinheiro à mulher, mas o primeiro extrato apresentado não era referente ao mês do desaparecimento e os demais extratos mostraram que ele tinha costume de sacar certa quantia de dinheiro nos primeiros dias do mês, portanto isso não provava nada do que ele afirmava”, apontou o delegado.

Suspeito algemado acompanhou parte dos trabalhos da PC (Foto: Zana Ferreira/G1)

Ainda de acordo com Douglas Veloso, a hipótese do homicídio surgiu desde o início. Entre os indícios que sugeriam que a mulher havia sido morta estava o fato de que ela desapareceu deixando todos os documentos para trás, além de comida em cima do fogão. O suposto empréstimo que a vítima teria recebido do suspeito, de quem era prima, também foi colocado em dúvida, pois a mulher havia sacado um benefício no banco dias antes de desaparecer.

No entanto, por falta de provas contundentes, o inquérito permaneceu sem grandes alterações até a semana passada, quando o delegado recebeu um telefonema da filha da vítima perguntando se havia novidades na investigação. Na averiguação dos dados, o suspeito foi chamado para depor mais vez, quando contou que no dia em que a vítima desapareceu, ele teria trabalhado no sítio em questão.

“Nós voltamos ao sítio nesta quinta-feira. Já havíamos vindo em outras ocasiões, mas desta vez tivemos a sorte de encontrar o proprietário no local, pois ele não mora aqui. Conversando com o dono, nós questionamos uma terra revirada próxima ao pomar. Foi quando ele contou que havia uma cisterna por ali, que havia sido desativada pelo suspeito no ano passado, pois havia matado uma cobra grande e jogado na cisterna. Além disso, ele plantou um pé de urucum e uma bananeira em cima da cisterna, e o dono contou que sempre que se encontravam, o suspeito perguntava como estava o pé de urucum”, revelou o delegado.

Suspeito tinha interesse na vítima, uma prima de 54 anos (Foto: Zana Ferreira/G1)

Crime premeditado

A história despertou o interesse da equipe. No início desta sexta-feira, a Polícia Civil retornou ao sítio com equipamentos para cavar no local onde a cisterna havia sido desativada. Após os primeiros ossos serem encontrados, a PC partiu em busca de localizar o suspeito, encontrando-o em uma plantação de café. Após receber a informação de que a ossada havia sido encontrada, ele confessou o crime.

“Ele disse que estava com ela no pomar colhendo limão e que, durante uma discussão, deu uma paulada na cabeça dela; a cabeça se desprendeu e caiu dentro da cisterna. Depois ele teria colocado o corpo no local. No entanto, nós não acreditamos nessa versão. Pela quantidade de vezes que ele negou o crime com convicção, sabemos que ele é uma pessoa fria e calculista. Além disso, a história que ele conta apresenta diversas falhas”, relata Douglas Veloso.

O delegado aponta os indícios que sugerem que o crime foi premeditado. O primeiro deles é o fato do suspeito ter ido trabalhar no sítio de bicicleta, mesmo tendo dois carros. O motivo seria para não ser visto dando carona para a vítima. Além disso, entre os ossos e a terra havia carvão, elemento que retém o odor, algo que dificultaria a localizado do corpo por animais farejadores. Há ainda o fato de que, por sempre prestar serviços para o dono do sítio, ele sabia que havia uma cisterna onde poderia ocultar o corpo.

O homem foi preso em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver e o delegado irá anexar as novas provas para acusa-lo de homicídio. Pelos dois crimes, ele pode pegar cerca de 30 anos de prisão.

(Fonte: G1 Vales de Minas Gerais)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui