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Casa de apoio ao paciente com câncer no Vale do Aço corre risco de fechar

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A casa de apoio aos pacientes que foram diagnosticados com câncer, o grupo Se Toque, em Ipatinga, enfrenta dificuldades financeiras para manter o projeto. A casa conta atualmente com duas mil pessoas beneficiadas, entre acompanhantes e pacientes que fazem o tratamento contra câncer.

Pacientes de baixa renda, de cidades próximas a Ipatinga, e que fazem tratamentos na unidade oncológica da cidade, constituem a maior parte dos beneficiários do projeto. No local os usuários recebem alimentação pós-tratamento, acompanhamento psicológico e emocional, serviços de enfermagem, fisioterapia e oficinas de artesanato, de forma gratuita.

Mas, segundo a diretora do grupo, Gioconda Pascoal, este apoio corre o risco de acabar por falta de dinheiro. “Além do convênio com a prefeitura, nós recebemos doações da comunidade, de empresários e também possuímos projetos de arrecadação de dinheiro, como o troco solidário. Mas, infelizmente, esta quantia não está sendo suficiente para manter a casa”, explicou.

O tesoureiro do grupo Se Toque, José de Cássio Basílio, afirma que o gasto mensal da casa é de aproximadamente R$ 30 mil. Basílio afirma que a maior dificuldade é arcar com a folha de pagamento dos funcionários.

“No projeto nós temos as pessoas que são voluntárias. Mas, para manter o grupo, é preciso ter funcionários, e precisamos arcar com os pagamentos deles. O repasse enviado anualmente pela Prefeitura de Ipatinga reduziu bastante e com isso tivemos que cortar 50% do quadro de profissionais para conseguir manter o pagamento da folha. Infelizmente as doações não têm sido suficientes”, diz.

Há dez dias, a dona de casa Elieni Maria de Castro chegou à casa de apoio com o filho, de nove anos, que tem câncer no sangue, no cérebro e nos olhos. Eles são da cidade de Inhapim e precisam do apoio da casa para continuar o tratamento.

“Moro um pouco distante de Ipatinga e não consigo vir para cá e manter todas as despesas do tratamento. Somos pobres e na casa nós encontramos todo o tratamento que precisamos. Se o Se Toque fechar, infelizmente terei que interromper tudo”, lamentou.

O que diz a secretaria

Por meio de nota, a secretaria municipal de saúde de Ipatinga disse que reconhece a importância do serviço prestado pela entidade, mas esclarece que o município garante, gratuitamente, o tratamento e acompanhamento profissional adequado, por meio de instituições conveniadas, como o Hospital Márcio Cunha e Centro de Oncologia Radioisótopos (COR) aos munícipes de Ipatinga.

O serviço prestado pela entidade é voltado quase na sua totalidade ao acompanhamento de pacientes não-residentes de Ipatinga. Portanto, a secretaria defende que a entidade realize movimentos junto as cidades da região e consórcios intermunicipais que utilizem seus serviços, para que estes auxiliem no custeio em benefício dos cidadãos acolhidos.

Doações

O grupo Se Toque sobrevive de doações, parcerias e projetos. Segundo a direção da entidade, uma das possibilidades da comunidade ajudar é por meio do troco solidário. Em algumas lojas do Vale do Aço está disponível uma caixa do projeto, onde o troco da compra do produto pode ser depositado para doação à instituição. Outra maneira é o desconto da doação ser feita diretamente por meio da conta de luz, com a autorização dos consumidores.

Casa de apoio do grupo Se Toque está localizada na Avenida José Júlio da Costa, nº 2535, bairro Ferroviários, em Ipatinga (Foto: Divulgação / FUNDAMIG)

(Fonte: G1 Vales de Minas Gerais)

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