Uma empresária foi vítima de uma tentativa de estelionato há duas semanas em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Maria Assunção Arruda conta que o pai dela, de 79 anos, estava internado em um hospital particular quando recebeu uma ligação de um suposto médico informando que ela precisaria comprar um medicamento que não havia na unidade de saúde.
“Essa pessoa que me ligou tinha um poder de convencimento bom, tinha dados do meu pai, o motivo da internação dele e pontuou algumas coisas que batiam com o motivo que ele foi internado. Aí, ele começou falar em um medicamento que meu pai teria que tomar. Um medicamento caro. Daí eu falei que iria pessoalmente ao hospital conversar com ele, que por telefone eu não iria tratar disso. Quando eu falei isso, ele disse que ia atender uma emergência e desligou o telefone”, conta a empresária.
Ao comparecer ao hospital para saber do assunto, Maria Assunção foi informada de que nenhum médico do hospital havia indicado o novo medicamento e que isso se tratava de um golpe. A delegada Juliana Fiúza explica que os criminosos se passam por médicos e pedem para os familiares depositarem dinheiro em uma conta para suposta compra de remédios, mas que tudo não passa de uma forma de estelionato.
“Esse tipo de golpe caracteriza estelionato porque são pessoas agindo de má fé, usando de meios fraudulentos para gerar prejuízo a terceiros, obtendo uma vantagem ilícita. Muitos casos que ocorreram em diferentes hospitais particulares da cidade chegaram até a delegacia no início do ano, e nós tomamos toda a providência. Estamos investigando e, até o momento, não chegou novas ocorrências. Acreditamos que as investigações podem ter inibido os criminosos”, afirma a delegada Juliana Fiúza.
Segundo ela, pessoas com parentes internados em hospitais não devem conversar sobre o paciente com desconhecidos, nem fazer isso por telefone. O recomendado é que qualquer discussão sobre tratamentos e pagamentos seja realizada no hospital, diretamente com o médico ou assistente social da unidade de saúde. Além disso, a delegada pede que as vítimas comuniquem a Polícia Civil sobre tentativas golpe.
“As pessoas devem nos procurar mesmo que não caiam no golpe, mas se houver tentativa nesse sentido é bom a vítima vir à delegacia, procurar a delegacia especializada, porque a gente vai colher todas as informações que as pessoas possam nos passar”, alertou a delegada.
A empresária Maria Assunção não procurou a polícia, pois não sabia da necessidade de denunciar o ocorrido, uma vez que não caiu no golpe. Mas ela procurou o hospital e cobrou que o órgão seja mais transparente com familiares de pacientes, para evitar novas vítimas. Ela agora divulga a própria história para impedir que outras pessoas possam cair no golpe.
“Se o hospital tivesse me informado alguma coisa que estava acontecendo, casos dessa natureza, eu teria tido mais precauções. Só que me pegou de surpresa”, explica Maria.
Local onde o pai da vítima estava internado (Foto: Zana Ferreira/G1)
(Fonte: G1 dos Vales / Repórter: Zana Ferreira)