Polícia Federal indicia 40 pessoas em inquérito da Operação Mar de Lama

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A Polícia Federal (PF) concluiu na tarde de sábado (28/5) os inquéritos relacionados às fases 3 e 4 da Operação Mar de Lama — que investiga um esquema de corrupção de vereadores e outros agentes públicos da prefeitura e do Saae, envolvendo a Empresa Valadarense de Transporte Público e outras empresas —, na qual foram indiciadas 40 pessoas. O delegado Cristiano Campidelli vai encaminhar a documentação final à Justiça Estadual, que é quem está à frente das investigações nestas etapas. Dos 13 vereadores afastados que estão sob investigação — 5 cumprem mandado de prisão preventiva —, apenas Glêdston Guetão (PT) não foi indiciado como os demais, porque as suspeitas iniciais contra ele não foram confirmadas.

Assim sendo, Guetão poderá retornar à Câmara para o exercício do cargo se o juiz federal assim decidir nos próximos dias, já que a Polícia Federal vai encaminhar também à Justiça Federal o comunicado de que não há mais interesse no afastamento dele. O ex-diretor financeiro do Saae, cujo primeiro nome é Adelson, também não foi indiciado porque as suspeitas iniciais também não foram confirmadas. Isso não descarta a possibilidade de eles serem acusados novamente, caso haja provas nesse sentido no material apreendido, o qual está em análise.

O delegado da Polícia Federal explica que os indiciados podem responder criminalmente perante a Justiça Estadual. “Isso vai para o Ministério Público agora, e como há réus presos eu encaminho para o juiz e o juiz encaminha ao Gaeco [Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado] e eles vão analisar. Provavelmente vão oferecer denúncia, que pode ser contra todos os acusados ou contra alguns apenas. Oferecendo a denúncia, o juiz estadual vai analisar se aceita ou não. Se aceitar, eles serão citados por ação penal e vão virar réus em um processo. Eles estão sendo indiciados por uma série de crimes, só que agora na esfera estadual. São crimes como lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva, entre vários outros.”

Sem citar nomes, Campidelli esclareceu que grande parte dos que foram indiciados nas 3ª e 4ª etapas já respondem perante a Justiça Federal por crimes no âmbito federal. “São duas frentes de trabalho. De um lado temos as fases 1 e 2, envolvendo corrupção de vereadores, empresas ligadas às obras de engenharia e limpeza urbana. De outro, temos as fases 3 e 4, como já citado. Muitos vão responder por crimes nas duas esferas.”

Os 12 vereadores indiciados são: Geovanne Honório (PT) — que teve a prisão temporária revogada e agora está livre, mas ainda afastado; Cezinha Alvarenga (PRB); Ananias Camelô e Ricardo Assunção (PSB) — ainda presos preventivamente; Zangado — também preso preventivamente; Adauto Carteiro e Milvinho (PROS); Levir Vieira (PMN) — outro parlamentar que cumpre prisão preventiva; Cabo Isá (PDT); Chiquinho (PSDB), Leonardo Glória (PSD) e José Iderlan (PPS). Os nomes dos outros 28 indiciados pela Polícia Federal também não foram divulgados, mas sabe-se que são vários agentes públicos da prefeitura e do Saae, entre eles Omir Quintino — ex-diretor-geral do Saae, considerado o “cabeça da organização”; Vilmar Rios — ex-diretor-adjunto do Saae, considerado o “tesoureiro” do esquema; José Estanislau Brito; Lucas Brito, Aldair do restaurante Sabor da Praça; Marcos Rios — ex-secretário municipal de Serviços Urbanos; Silvana (Rh Assessoria); Jean do posto Tabajara; Marcos Vória; Thiago da Construtora Vieira Prado; Juliana Alves — ex-diretora do Departamento de Limpeza Urbana e sobrinha de Omir Quintino; Darly Alves; Ranger Belizário; Schinyder Exupery Cardoso e vários outros.

Apesar de ter concluído o relatório final da 3ª e 4ª etapas da Mar de Lama, Cristiano Campidelli revelou que as investigações prosseguem e ainda há muita coisa para acontecer. “Ainda existem muitos materiais a serem analisados, em especial das fases 1 e 2. À medida que esses materiais forem analisados, outras autuações e outros procedimentos podem ser adotados, desde a instauração de novos inquéritos policiais até a representação por novas medidas judiciais. A Operação Mar de Lama não acabou, a Polícia Federal vai continuar fazendo análises do material apreendido, é muita coisa. Vamos continuar trabalhando em finais de semana e feriados, diuturnamente, como vínhamos fazendo.” (Diário do Rio Doce)

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