Prefeito de Montes Claros despacha de dentro da cadeia

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O prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PSB), preso na segunda-feira (18/4) em operação da Polícia Federal, despachou nessa terça-feira (19) da cela onde está recolhido, no Presídio Regional da cidade. Mesmo na cadeia, ele assinou um pacote de bondades para os moradores: autorizou licitações de quatro Centros de Educação Infantil (Cemeis), o asfaltamento de ruas em 10 bairros e dois distritos, além da construção da terceira pista de uma avenida e a reforma de 200 praças. Para completar, decretou ponto facultativo na prefeitura na sexta-feira. Assim, os funcionários públicos municipais vão poder emendar o feriado ao fim de semana.

“Os atos já estavam prontos e a administração não pode parar, a fim se evitar a solução de continuidade e impedir que a população seja prejudicada”, disse o secretário municipal de Governo e Articulação Política, Farley Menezes. Segundo ele, apesar da prisão, o prefeito “continua em pleno exercício do cargo, pois não foi decretado o seu afastamento”. A assessoria do prefeito anunciou que, por intermédio do advogado Eugênio Pacelli (ex-procurador da República), foi protocolado pedido de habeas corpus a favor de Muniz no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasilia, alegando que “não há fundamento legal para a prisão preventiva”.

De acordo com a PF, as investigações demonstram que o prefeito “direta e indiretamente, valendo-se de meios fraudulentos, tentou destruir e/ou inviabilizar a existência e o funcionamento” dos hospitais credenciados pelo sistema Único de Saúde na cidade – Santa Casa, Aroldo Tourinho, Dilson Godinho e Universitário Clemente de Faria – para favorecer o Hospital Mário Ribeiro, do grupo Soebras. Segundo a PF, em outubro de 2015, o prefeito e a secretária de Saúde, Ana Paula Nascimento, que também está presa, fizeram a retirada de cerca de 26 mil consultas especializadas e 11 mil exames dos hospitais “deixando de prestar os correspondentes serviços pela rede municipal, causando graves problemas à população. A corporação aponta ainda que houve uma auditoria do Sistema Datasus que apontou uma retenção de R$ 16 milhões por parte da prefeitura de recursos destinados a hospitais públicos da cidade e que a suspeita seria o favorecimento ao hospital da Soebras.

Nessa terça-feira (19), por meio de nota, a deputada federal Raquel Muniz (PSD), esposa do prefeito, afirmou que reitera as palavras ditas domingo à noite, durante a votação da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, quando afirmou que Muniz era um exemplo para o país. Horas depois ele seria preso pela PF. Ao votar na abertura do processo de impeachment Raquel Muniz afirmou: “o meu voto é para mostrar que o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros tem mostrado isso para todos nós com sua gestão”. Na sequência, repetiu “sim, sim. Sim”, articulando os braços. O vídeo do voto dela teve grande número de visualizações nas redes sociais depois da prisão do marido.

(Fonte: Estado de Minas / Repórter: Luiz Ribeiro)

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