Terminou com duas condenações e uma absolvição, um Júri Popular ocorrido nesta sexta-feira (8), no Fórum de Ipatinga. Três pessoas, que estão foragidas da justiça, foram julgadas, mesmo estando ausentes, por um assassinato e uma tentativa de homicídio ocorridos em uma lanchonete de açaí em julho de 2013.
Na ocasião, Simone Agapito da Silva, 36 anos, foi morta a facadas e a irmã também ficou ferida com um golpe, mas sobreviveu. Pelos crimes foram condenados: Roberson Flávio Santana (20 anos de prisão) e a irmã dele Roseane Noemi de Souza Santana (1 ano e 3 meses) por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A terceira ré, Andréia Fabiana Barbosa, esposa de Roberson foi absolvida.
Debates
O julgamento durou mais de 10 horas. Os réus foram defendidos pelo advogado criminalista Jayme Rezende. Na primeira parte dos debates, ele tentou defender os clientes alegando legítima defesa. Já na segunda oportunidade tentou desqualificar os crimes para lesão corporal pedindo o decote das qualificadoras. As tentativas do advogado não convenceram os jurados. O advogado disse que irá recorrer da condenação aplicada a Roberson.
O Ministério Público (MP) representado pelo promotor de justiça Bruno Giardini manteve a originalidade da denúncia que pede a condenação dos três acusados. O representante do MP, disse entender a absolvição de Andreia e a condenação parcial de Roseane, porque segundo ele, efetivamente somente Roberson deu as facadas nas vítimas. “E a princípio, de fato, as duas mulheres somente participaram das agressões generalizadas, mas vou estudar se irei recorrer da sentença em segunda instância”, afirmou o promotor.
O crime
Segundo a denúncia do MP, Roberson golpeou Simone e a irmã dela com uma faca. O crime teria sido motivado após uma discussão verbal entre Simone e Roseane dentro da lanchonete. Conforme apurado, depois do atrito, Roseane se retirou do local ameaçando voltar com o pai e o irmão.
Algum tempo depois Roseane apareceu novamente na lanchonete acompanhada dos parentes, quando então começou uma briga maior. Na confusão, Simone acabou morrendo e a irmã dela foi ferida com uma faca. Após o crime, Roberson, a esposa e a irmã fugiram, ficando no local apenas José Ivanil Santana, pai de Roberson e Roseane.
Motivação
O motivo da briga entre as duas famílias remonta de tempos antigos. Em 2003, Simone havia sido encaminhada para a delegacia de Ipatinga após ser acusada de agredir fisicamente Roseane. A motivação da discórdia seria que Roseane teria “roubado” o marido de Simone, que junto com sua advogada resolveram dar um “susto” em Roseane. Em 2005, um juiz considerou que Simone não deveria ser julgada por ser um crime de menor importância. Em 2008, o processo foi arquivado pelo mesmo motivo.
O pai
Os filhos não tiveram a mesma sorte que o pai, o policial civil aposentado José Ivanil Santana. Em fevereiro deste ano ele foi absolvido das acusações de homicídio e tentativa de homicídio. No dia do crime, Ivanil acabou preso e autuado em flagrante por porte ilegal de arma e favorecimento pessoal.
À época dos fatos, ele seria solto, porém o juiz Antônio Augusto Calaes ordenou a prisão preventiva do acusado por considerar que havia algo mais a ser esclarecido. Ele acabou sendo denunciado pelo MP como cúmplice pelos crimes contra as duas irmãs. O policial aposentado passou 2 anos e 7 meses preso na Casa do Policial Civil, em Belo Horizonte. No veredito, o Conselho de Sentença entendeu que José Ivanil não colaborou para a morte de Simone, consequência de uma briga envolvendo os filhos dele.
(Fonte: Diário Popular)