Polícia prende médico suspeito de estuprar pacientes em Montes Claros

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A Polícia Civil em Montes Claros cumpriu mandado de prisão temporária, nesta quarta-feira (06), contra o médico Linton Wallis Figueiredo Souza, de 48 anos. Ele é suspeito de sedar pelo menos duas pacientes, durante uma cirurgia estética laser do tipo “genesis”, e abusar sexualmente das mulheres, todas virgens.

As investigações tiveram início em março deste ano, quando um estudante de Direito, de 21 anos, denunciou à polícia as suspeitas. A vítima contou que, no dia 17 de março, compareceu à clínica de Linton, onde foi sedada, via oral, para realização de uma cirurgia estética do tipo “genesis”.

Ao final da cirurgia, a prima da vítima foi buscá-la e a vítima ainda se encontrava grogue. Já no dia seguinte, a jovem sentiu incômodo na vagina, além de constatar que o médico havia cauterizado uma pinta que ela tinha na virilha, procedimento que em nenhum momento foi solicitado.

Em conversas com a madrinha, que já havia passado pela mesma cirurgia, a vítima descobriu que na cirurgia em questão não era necessária a sedação. Como ainda sentia desconforto na região da vagina, a estudante se dirigiu ao Instituto Médico Legal, onde foi verificado o rompimento do hímen.

Médico (camisa azul) foi preso em seu consultório (Foto: Mauro Miranda Ferreira / WebTerra)

Durante as investigações, uma estudante de medicina, de 23 anos, e prima da primeira vítima, revelou que em todos os procedimentos estéticos realizados com o médico era sempre sedada. Ela mencionou que após a primeira cirurgia sentiu incômodo na vagina, mas não chegou a suspeitar de abuso sexual.

A estudante contou, ainda, que em uma das consultas, o suspeito afirmou ter verificado alterações hormonais na paciente e que precisaria verificar seus órgãos genitais. Durante o exame, realizado sem luvas, o médico chegou a questionar se a vítima era virgem. O rompimento do hímen também foi constatado em exames para a segunda vítima.

“Vários indícios corroboram para as suspeitas contra o médico, uma vez que colhemos depoimentos que dão conta de que o suspeito não trabalhava acompanhado de assistentes ou enfermeiras e, ainda, tinha como hábito trancar a porta do consultório no momento das aplicações a laser”, informou a delegada responsável pelas investigações, Karine Maia Costa.

Ainda segundo a delegada, é possível que haja outras vítimas com o mesmo perfil. “Acreditamos que o suspeito escolhia as pacientes mais jovens para cometer os abusos, uma vez que parentes das vítimas identificadas, mais velhas, não foram dopadas”, completou.

Cassação CRM

O conselheiro do Conselho Regional de Medicina em Montes Claros, Itagiba de Castro Filho, informou que independente de denúncia formal ou da autoridade policial, o CRM “instaura uma sindicância para apuração de eventual infração ética”, sempre que toma conhecimento dos casos.

Ele informou também, que estas denúncias são “extremamente graves” e serão objeto de uma apuração rigorosa. “Caso fique comprovado, o médico sofre uma série de penalidades, dentre elas a cassação de seu registro profissional”.

A defesa do médico ainda não se pronunciou sobre as acusações em desfavor do profissional.

Imagens do momento da prisão



(Fonte: PCMG / G1)

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