A PUNIÇÃO E A MENTIRA NO UNIVERSO DA CRIANÇA

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O universo da criança é amplo e requer muita atenção. Nele, nem sempre uma ação do adulto tem a resposta desejada.

É o que ocorre, por exemplo, no caso de punir a mentira que a criança conta.

Até por volta dos cinco anos, a falta da verdade mistura-se, muitas vezes, à fantasia. A mentira faz parte do universo infantil. É preciso, portanto, observar até quando ela estará presente.

O que fará toda a diferença para que a criança compreenda verdade e mentira é o diálogo. Um diálogo muito claro, em que fique bem evidente, mais sobre as consequências do uso da mentira do que propriamente o ato de mentir.



Muitos educadores optam pela punição. Alguns pela extrema punição. A criança, que é capaz de elaborar muito bem seus pensamentos, entenderá que ela não foi convincente o suficiente e, por isso foi punida. Portanto, da próxima vez ela construirá uma “resposta” melhor.

Com punição, a criança não aprende que não pode mentir. Ela aprende que precisa ser melhor na mentira para não ser punida.

Ela contará a verdade quando entender que “não é um problema” o que ela fez.

Nós, adultos, precisamos compreender que enquanto a criança está em fase de desenvolvimento, tudo é novo. Tudo é oportunidade de aprendizagem. Ela não sabe que aquele comportamento é errado e por isso precisa deixar de tê-lo. E ela somente aprenderá caso for muito bem explicado e significativo.

Caso ela seja apenas punida porque errou, e não entender que as consequências do erro é que são destrutivas, ela não compreenderá que precisa mudar aquele comportamento e, de forma inconsciente, melhorará nas mentiras para não sofrer, porque desta forma, sentir-se-á melhor emocionalmente sem punição.

É fato que o tema é muito delicado e requer do adulto uma minuciosa observação e critério nos momentos em que se tem certeza que a criança mentiu e tem consciência de que é preciso corrigir. Porém, é preciso cautela para ser mais habilidoso do que a criança e demonstrar confiança. Assim a criança se sentirá amparada e aberta a dizer a verdade.

A construção da personalidade se dá por estes momentos. Quando a criança percebe que precisa pensar antes de agir e, quando agir de forma equivocada, pode reparar o erro, ela se sentirá mais segura e emocionalmente equilibrada e, portanto, evitará a mentira.


Quem é Marli Andrade?

Marli Andrade é Psicanalista e Psicopedagoga, Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade Argentina John Kennedy em Buenos Aires, defendendo a tese: “A influência da subjetividade nas interações profissionais”.

Autora de Literatura Infantojuvenil com o propósito de contribuir para que as crianças cresçam com equilíbrio emocional, autoestima e habilidades para interações intra e interpessoal tranquila e eficiente.

Escritora do livro “Primeiro você sonha, depois você dorme”, catalogado pela Câmara Nacional do Livro, sob o catálogo sistemático: Autoconhecimento, Comportamento social, Conduta de vida, Equilíbrio (Psicologia), Inconsciente, Realização pessoal, Relações interpessoais, Sonhos e Sucesso profissional.

Atua com palestras e treinamentos em instituições públicas e privadas, disponibilizando técnicas para que cada participante possa construir suas próprias estratégias para a gestão intra e interpessoal.

Marli Andrade
Psicanalista e Psicopedagoga
Doutoranda em Psicologia Social
Autora de Literatura Infanto Juvenil
Site: www.marliandrade.com.br

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