O DESAPARECIMENTO DE UMA NAÇÃO

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A história mostra ao longo da ocupação humana na face da terra que muitas populações foram extintas ou abandonaram totalmente determinadas regiões devido a insetos vetores de doenças e as próprias doenças. A peste negra, a gripe espanhola e outras doenças que dizimaram populações na Europa e também no Brasil. Agora temos mais um vírus, o Zika, aterrorizando a população brasileira, principalmente as mulheres. Duas notícias sobre as pesquisas com o vírus, que ainda precisam ser confirmadas com mais precisão, são assustadoras: primeiro, ao que parece, o pernilongo comum, presente em maior quantidade no ambiente brasileiro que o Aedes, o mosquito da dengue, também pode transmitir o vírus Zika. Caso seja confirmado podemos afirmar que, em pouco tempo, quase toda a população brasileira passará pela experiência de adquirir o vírus da Zika. E devemos lembrar que o vírus, após se estabelecerem no organismo humano, ficará para sempre. Mas, a notícia mais estarrecedora e dramática foi noticiada recentemente: Experimentos em laboratório realizado por pesquisadores brasileiros indicaram que o vírus da Zika tem capacidade para infectar e matar células do sistema nervoso do embrião humano. Segundo os pesquisadores a ação deste vírus no embrião, na sua fase inicial, poderia levar a sua morte e o aborto enquanto, se esta infecção ocorrer mais tardiamente causaria anomalias no desenvolvimento do sistema nervoso do feto e a microcefalia. Devemos sempre lembrar que são estudos preliminares onde qualquer afirmação seria falsa, mas os indícios caminham para esta conclusão.

Caso seja realmente confirmada, provavelmente teremos uma mudança drástica de comportamento das mulheres e dos casais mais jovens no Brasil. Nas últimas décadas a pirâmide etária do Brasil alterou-se drasticamente. No século passado, na década de sessenta, as mulheres tinham, em média, mais de três filhos. O ultimo censo brasileiro mostrou que este valor caiu para menos de 1,5 filho por casal. Esta mudança de comportamento das famílias ocorreu por vários fatores como ajustes orçamentários, educação, qualidade de vida e a mudança de paradigma da própria mulher. Com isto, a nossa pirâmide etária que tinha uma base larga, ou seja, uma grande população de jovens, mudou. Agora a base é estreita, com poucos jovens. A maior parte da população brasileira está com idade entre 20 e 40 anos e envelhecendo. O provável estrago causado por este vírus está fazendo muitas famílias repensarem os filhos com medo do risco do aborto e da microcefalia. A nossa população jovem diminuirá drasticamente com as famílias tendo cada vez menos filhos, ou até mesmo abrindo mão deles, ou seja, não ter filhos. Com isto a população envelhecerá, morrerá e tenderemos a uma diminuição da população com as mortes superando os nascimentos.

O Brasil depende mais do que nunca dos seus pesquisadores virologistas para tentar conter o avanço deste vírus descobrindo o seu mecanismo de ação no organismo humano e desenvolvendo vacinas para o seu controle. Mas não podemos esquecer da nossa parte: sem mosquito, sem vírus.

Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?



– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

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