Burocracia trava recuperação da BR-367, entre Araçuaí e Itaobim

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A recuperação de um trecho de 80 quilômetros da BR-367, entre Araçuaí e Itaobim, que está em péssimas condições de tráfego, pode estar longe de começar devido à burocracia para a liberação de recursos. A obra está orçada em R$ 10 milhões e ficará a cargo de 50 soldados do Exército Brasileiro, conforme informações do DNIT.

O chefe do escritório regional do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT), Diogo Campos Borges de Medeiros, disse nesta segunda-feira (29/02) em Araçuaí, durante reunião na sede da Associação dos Municípios do Médio Jequitinhonha (AMEJE) que a liberação dos recursos, deverá percorrer um longo caminho.

“O Plano de Trabalho feito pelo Exército já está pronto para ser aprovado pelo Ministério da Defesa em Brasília. Depois disso, ele segue para o DNIT aprovar e assinar o termo de Compromisso com o Exército. Após esta etapa, a Advocacia Geral da União (AGU) precisa dar o ok, afirmando que está tudo legal. Feito isso, toda a documentação segue para aprovação do Colegiado do DNIT, formado por todos os diretores do órgão. Se aprovado, é preciso publicar no Diário Oficial da União. Só então o Exercito poderá licitar a compra de materiais necessários, para a obra. Quando isso ocorrer, podem soltar foguete”, disse Borges de Medeiros.

“A previsão é que a obra seja iniciada em junho, conforme informações do Exército”, disse a chefe de gabinete da prefeitura de Araçuaí, Ivanete Magalhães.

De acordo com ela uma equipe do Exército esteve na prefeitura para solicitar alojamento na cidade para 50 soldados.
“Foram disponibilizados dois lugares: o prédio da antiga Febem e o DER”, disse a chefe de gabinete.

Má conservação da rodovia tem provocado inúmeros acidentes – Foto: Arquivo

Riscos

O tráfego na BR-367, entre Virgem da Lapa e Salto da Divisa, está cada dia mais perigoso. O trânsito de carretas carregadas com eucalipto foi um dos fatores que colaboraram na degradação da rodovia.

Com as chuvas, cresceram o número de buracos, que se transformaram em verdadeiras crateras na pista, forçando os motoristas a manobras arriscadas, principalmente na contramão.

Todo esforço, dizem eles, é para evitar acidentes e prejuízos nos veículos.

Quem trafega em carros de passeio também fica preocupado com os prejuízos durante a viagem. “Junta todos estes buracos mais a imprudência, é um risco certo. Está demais”, desabafa um taxista de Coronel Murta que faz viagens diárias para Araçuaí.

“Passo toda semana pelo trecho. É preciso fazer muito ziguezague. Estão acontecendo muitos acidentes, até com vítimas fatais. A população não aguenta mais”, desabafou o deputado estadual Jean Freire (PT).

Durante encontro com representante do DNIT em Araçuaí, ele defendeu uma reunião mais ampla, com movimentos sociais, prefeitos e deputados votados na região, para cobrar agilidade do governo na liberação dos recursos.

O deputado chegou a fazer um protesto solitário na rodovia, cobrando solução para o problema.

“Alguma coisa precisa ser feita para melhorar a segurança, a questão dos veículos e das vidas”, cobrou Gilvane Almeida, presidente da Associação Comercial de Araçuaí.

Inconformados com o descaso e abandono por parte do DNIT na conservação da rodovia, usuários articulam uma manifestação através das redes sociais, para interditar o trecho entre a BR 367 e a 116 ( Rio-Bahia ) em Itaobim

“ Protestos não farão o governo pular etapas do processo”, disse o representante do DNIT Diogo Campos de Medeiros. No entanto, ele reconhece que a pressão política em Brasília pode acelerar a aprovação das etapas.

Sobre a participação de prefeituras para obras de emergência no trecho, como uma operação tapa-buracos, Campos de Medeiros acredita que elas ( as prefeituras) não suportariam o custo da obra, segundo ele, em torno de R$ 500 mil para o trecho de 80 km, entre Araçuaí e Itaobim.

“Vamos acompanhar toda a tramitação do projeto e esperar por 30 dias. Se nada for feito, vamos fechar a rodovia”, garante o técnico em informática, Márcio Santos, membro do movimento em favor do protesto.

(Fonte: Gazeta de Araçuaí)

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