O Norte de Minas Gerais tem se destacado por ser um polo de produção de conhecimento. Com vocação universitária, a região possui um grande número de trabalhos de inovação tecnológica que resulta em produtos e soluções para o dia a dia. Um dos fatores que propicia esse celeiro de novos projetos são as parcerias firmadas entre universidades, instituições públicas e privadas, empresas e fundações.
Na visão do coordenador adjunto estadual do Colégio de Instituições de Ensino (CIE) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas), engenheiro de computação Haroldo de Moraes Lopes, a cooperação entre as diversas instituições da região contribui para o desenvolvimento dos projetos. “Essa rede de apoio torna o processo possível, desde a sua concepção até a aplicação real. São pesquisas em diversas áreas, como a engenharia elétrica e ambiental, que são desenvolvidas com potencial de impactar positivamente atividades cotidianas e aumentar a produtividade de empresas”, conta. Segundo ele, instituições como a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundetec), de Montes Claros, tem contribuído para o fomento e desenvolvimento de processos cooperativos nas áreas de pesquisa e desenvolvimento em inovação e tecnologia, apoiando projetos empreendedores para que eles saiam do papel.
O coordenador do curso de engenharia civil da Faculdade Pitágoras, engenheiro civil Antônio Carlos Moreira, também destaca o potencial inovador da região em uma infinidade de áreas, desde a pecuária até a biomédica. “Só em Montes Claros, existem 18 instituições de ensino superior para uma população de 400 mil habitantes. As possibilidades são reais. Contudo, é preciso investimento contínuo para que a produção acadêmica seja aproveitada em centros de pesquisas e inovação, dando origem a produtos e startups”, afirma Antônio Carlos.
Segundo ele, que também é coordenador adjunto do CIE na região Norte, o Crea-Minas se destaca na articulação entre os diversos atores do processo produtivo. Em 2012, o Conselho criou o Colégio de Instituições de Ensino para fortalecer a cadeia da engenharia e promover a articulação entre o Crea e a academia. Por meio de projetos como a Feira de Ciências e Inovações tecnológicas (Feicintec), o Crea-Minas atua no reconhecimento da produção científica ao premiar trabalhos inovadores de estudantes de todo o estado. “O Norte de Minas tem se destacado com trabalhos premiados nas três edições da Feira. Isso demonstra a força do potencial inovador da região”, enfatiza Antônio. A quarta edição da Feicintec já está confirmada e será realizada em outubro de 2016.
Outra ação de fomento é o Programa de Incentivo à Inovação (PII), desenvolvido pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e as instituições de ensino Unimontes, UFMG, Facit e Funorte. “O programa seleciona trabalhos, oferece apoio durante o desenvolvimento e possibilita a transformação dos projetos em empreendimentos e oportunidades de negócio na região”, explica. (Filipe Elias)
