Alunos de comunidades rurais de Bocaiuva, no Norte de Minas, estão sem frequentar as aulas por falta de transporte escolar. Segundo a Prefeitura, o município possui 36 comunidades que dependem do transporte e atualmente nenhuma está sendo atendida com o serviço.
O ano letivo iniciou no dia 11 deste mês nas oito escolas estaduais e nas 20 instituições municipais de Bocaiuva. São cerca de 1.500 estudantes que dependem do transporte municipal. Muitos pais estão revoltados com a situação e afirmam não ter outra forma de levar os filhos até a escola. O lavrador Gilmar Ferreira mora na comunidade de Patrona, distante cerca de 10 quilômetros da sede do município. Pai de duas estudantes, de 7 e 11 anos, o lavrador lamenta o tempo perdido pelas filhas neste ano letivo.
“Está muito complicado para todos os pais. Minhas filhas não estão indo às aulas porque este ano não foi disponibilizado o transporte pela Prefeitura. A situação da educação no país já não é tão boa, agora imagina faltando aulas por causa de transporte, é lamentável”, explica Gilmar Ferreira.
Pai de três alunos, o também lavrador Anílson dos Santos diz estar revoltado pelo problema enfrentado pelos estudantes. Os filhos dele estudam na escola de Pedregulho. “Nós moramos na Fazenda Pindaíba, ficar cerca de 12 quilômetros da escola. É muito sofrimento para muitos pais aqui da cidade”.
O secretário de Educação do município, Juscelino Rodrigues, afirma estar ciente do problema no município. Ele diz que a situação foi gerada após a suspensão do pregão para licitar os serviços de transporte escolar na cidade, por suspeita de fraudes de empresas que participavam do processo.
Rodrigues diz também que o município buscou alternativas para contratar outras empresas, mas muitas não possuem a documentação exigida para fornecer o serviço na cidade. “O município fez um decreto emergencial para contratar as empresas que iriam fornecer o transporte aos estudantes. Cerca de 20 empresas se interessaram, mas quase todas estão com problema na documentação. Conseguimos contratar apenas quatro linhas”, lamenta.
A Prefeitura diz que outro pregão está marcado para o dia 4 de março. “Existe até uma recomendação da Polícia Civil para que as empresas envolvidas na possível fraude do último pregão não participem deste novo processo. Somente depois iremos saber como vai ficar a situação deste transporte”, explica o secretário.
Escolas estão vazias sem os alunos das comunidades rurais (Foto: Internauta / G1)
(Fonte: G1 Grande Minas / Inter TV)