DIÁLOGOS SOBRE EDUCAR CRIANÇAS
Certamente todos concordam com esta afirmativa. Criança não é um adulto em miniatura. No entanto, a maioria de nós age de forma contrária, mesmo que inconscientemente. O fazemos sem perceber, mais em razão de nossa correria, de nossa falta de tempo para dedicarmos mais aos nossos filhos… E, por fim, por desconsiderarmos que levamos décadas para aprender algo que desejamos que com meses, nossos filhos saibam.
Podemos analisar também que este é o tratamento que recebemos do mundo. Afinal, querem que saibamos tudo que foi construído por milênios. E como aprendemos por repetição, todos sempre fizeram assim, logo, também faremos. E é justamente esse agir sem pensar que complica toda a educação de nossos filhos.
Neste contexto, também concordo que as crianças poderiam vir com manual de instrução. Mas não veem. É por isso que precisamos observar e levar mais a sério ainda esta missão de educar. E o primeiro passo é compreender que cada criança vem com sua individualidade. Sem manual mas com seu jeitinho de ser. Basta observar que podemos ter dois filhos, criados no mesmo ambiente, pelos mesmos pais e serem tão diferentes um do outro.
Costumo orientar que os pais façam a seguinte comparação: imagine você chegando a um novo trabalho e ninguém te ensina o que precisa ser feito. As pessoas agem como se você já soubesse de tudo e então você sofre para aprender aquilo que eles, que já trabalham juntos há tempos, sabem e ainda o condenam o tempo todo por você errar. E o que mais se deseja é que eles ensinem, com detalhes e que em muitos casos, repitam até que possa aprender corretamente. Assim é a chegada e crescimento das crianças. Elas chegam ao mundo e precisam dos pais para saber os pequenos detalhes da vida. Sobretudo nos seis primeiros anos de vida em que para ela, são fundamentais.
E o que a maioria dos pais fazem? Citarei uma ação como exemplo para nossa reflexão:
– Deixa chorar até dormir para ela aprender. Aprender o que? Sofrer?
É preciso acalentá-la, mostra-la que é amada, que está segura e que pode ficar tranquila que tem um adulto ali para protege-la. As crianças possuem mais medos do que se possa imaginar e para elas, eles são reais; e em razão de nosso comportamento com elas, muitos medos que deveriam ficar lá na infância, muitas crianças crescem os levando consigo por toda vida.
Sim. É mesmo complexo a educação dos filhos. Porém, o primeiro passo é olhar para as crianças com o sentimento de que é responsável por elas e que elas esperam aprender com os que vieram a este mundo primeiro.
E o primeiro passo é olhar para a criança, entender e agir considerando uma certeza: Não! Criança não é adulto em miniatura.
Quem é Marli Andrade?
Marli Andrade é Psicanalista e Psicopedagoga, Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade Argentina John Kennedy em Buenos Aires, defendendo a tese: “A influência da subjetividade nas interações profissionais”.
Autora de Literatura Infantojuvenil com o propósito de contribuir para que as crianças cresçam com equilíbrio emocional, autoestima e habilidades para interações intra e interpessoal tranquila e eficiente.
Escritora do livro “Primeiro você sonha, depois você dorme”, catalogado pela Câmara Nacional do Livro, sob o catálogo sistemático: Autoconhecimento, Comportamento social, Conduta de vida, Equilíbrio (Psicologia), Inconsciente, Realização pessoal, Relações interpessoais, Sonhos e Sucesso profissional.
Atua com palestras e treinamentos em instituições públicas e privadas, disponibilizando técnicas para que cada participante possa construir suas próprias estratégias para a gestão intra e interpessoal.
Psicanalista e Psicopedagoga
Doutoranda em Psicologia Social
Autora de Literatura Infanto Juvenil
Site: www.marliandrade.com.br