Na segunda-feira, 23 de novembro, mais da metade dos professores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. O objetivo é resolver um impasse com o Governo Estadual iniciado após as nomeações do concurso público de 2014.
Entre as reivindicações estão reajuste salarial, reposicionamento imediato na carreira de todos os concursados de acordo com a titulação e o aproveitamento do tempo de serviço anterior ao Concurso para fins de progressão e promoção.
Entenda o caso
O impasse começou quando professores, que já atuavam na Universidade e foram aprovados no último concurso, receberam a notícia que teriam a retirada de alguns benefícios conquistados, em alguns casos, há mais de 20 anos.
Segundo o professor e presidente do sindicato da classe, Gilmar Ribeiro, eles tentaram três acordos desde o início do ano com o Governo Estadual e não obtiveram respostas, por isso, optaram pela atitude mais extrema.
“O governo ainda não nos ofereceu nenhum acordo. Estamos mobilizando toda a comunidade de professores para aderir à greve. O semestre letivo está no fim, mas nós vamos repor essas aulas para os alunos. O único problema é que vamos repor em datas não muito favoráveis, mas o que importa é a permanência dos direitos adquiridos”, salientou Ribeiro.
Segundo o sindicato, nos últimos quatro anos não houve reajuste salarial. Eles consideram “vergonhosa” a manutenção do salário base de R$ 885,64 no início de carreira, além dessa nova redução de salário.
A professora do Departamento de Biologia Geral da Unimontes, Ana Phé, explicou que com as novas regras seu salário ficou afetado em cerca de 30%. “Só entramos em greve porque não tem mais jeito. Todas as vezes que tentamos negociar com o Estado não deu em nada. Eles confirmaram os cortes e essa foi a única atitude que conseguimos tomar para termos assegurados nossos direitos”, afirmou.
De acordo com a reitoria da Unimontes, a Universidade vive um momento de transição com o início do processo de nomeação e posse dos aprovados no concurso público, e que os professores não aprovados no concurso estavam em situação precária diante da Lei Estadual Nº 100, tornada sem efeito por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e serão exonerados em 31 de dezembro de 2015.
“Não dá para aceitar, não é só pelos concursados, mas é também pelos meus colegas que serão exonerados no final do ano sem nenhum direito”, disse a professora Ana Phé.
Mauricio Alvez, aluno do 3º período de Letras, disse que apoia a greve dos docentes, pois há um descaso com os profissionais da educação. “A greve, inicialmente, prejudica os alunos, principalmente aqueles que estão se formando agora, no final do ano. Os demais, acredito que também que se sentem consternados, por terem de passar por uma greve a essa altura, mas apoio o movimento e espero que os professores obtenham êxito em suas reivindicações”, afirmou Mauricio.
Posição da Reitoria
Em nota, a reitoria da Unimontes esclareceu que a realização do concurso público para professores vem sendo conduzida de forma legal, transparente e democrática, com a participação direta de todos os departamentos e dos professores, representados pela Associação dos Docentes (Adunimontes).
(Fonte: G1 Grande Minas / Inter TV)