Uma pesquisa da Polícia Militar revela que 10.799 ocorrências de violência contra a mulher foram registradas nos últimos quatro anos em Montes Claros, na região Norte de Minas. Os dados apontam ainda que 1.406 mulheres foram vítimas da violência de duas a cinco vezes.
“Nós acreditamos que estes números, infelizmente possam ser ainda maiores. Muitas mulheres deixam de denunciar os agressores por causa de uma dependência econômica e financeira das vítimas”, explica o coronel Ederson da Cruz.
Os dados foram apresentados durante uma entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (19/11) na Defensoria Pública. Para o coronel, no Norte de Minas está presente uma “sociedade patriarcal” que possui uma “cultura que legitima a violência contra a mulher”. “Com o intuito de prevenir estas agressões, nós realizamos diversas palestras para alcançar maior número possível de pessoas que ajudem a combater estes crimes”, diz.
A delegada Karine Costa Maia acredita que não houve um aumento do número de ocorrências no município, Mas sim no número de denúncias após a criação Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher (Deam). “Com a delegacia, a mulher tem mais tranquilidade em denunciar o agressor. Hoje, é a delegacia que mais manda inquérito para o Fórum”, explica a delegada.
Karine Costa acredita que o motivo das diferenças nos números de levantamentos da PC, da PM e Defensoria Pública estão relacionados às ocorrências em que as mulheres não dão continuidade. “Nós fazemos uma média de cinco medidas protetivas por dia e fazemos cerca de 10 atendimentos às vítimas. Logicamente que a violência contra a mulher não é uma questão apenas de segurança pública. Não conseguiremos esvaziar isso se não houver políticas públicas dos outros poderes para dar apoio a estas.
Prevenção
A Defensoria Pública em Montes Claros realiza ainda neste mês diversas ações de conscientização e combate a violência contra a mulher. Segundo a coordenador do Núcleo de Defesa da Mulher em Situação de Violência (Nudem), Maiza Rodrigues, serão 25 dias de ações de ativismo pelo fim da violência contra a mulher.
“É uma campanha internacional onde teremos palestras, debates, rodas de conversa que englobam vários personagens e vários atores. Nestas ações termos a parceria da Unimontes, da Deam e da Polícia Militar”, enfatiza.
(Fonte: G1 Grande Minas / Inter TV)