Lama liberada da Usina de Baguari deve deixar Governador Valadares em situação crítica

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A onda de lama que atinge o Rio Doce e foi liberada da Usina Hidrelétrica de Baguari chegou a Governador Valadares no fim da tarde desta segunda-feira (09/11) e deve deixar a situação crítica na cidade.

Leia a nota oficial divulgada pela Prefeitura Municipal: “O pico da passagem da lama da barragem de Mariana, pela calha do rio Doce previsto para às 21h de ontem, na verdade começa a acontecer esta tarde. Os resíduos ficaram retidos na Usina de Baguari que não comunicou à Prefeitura, nem que iria reter os rejeitos, muito menos a hora que iria liberar, embora o contato com a Usina seja constante. Desta forma, a captação e o abastecimento de água estarão totalmente interrompidos, devido ao alto nível de turbidez.

Em contato permanente com órgãos federais e estaduais, que estão monitorando a situação, como a CPRM e a Agência Nacional de Água (ANA), o SAAE alerta que não há como prever quando poderá restabelecer o abastecimento, já que nenhum tratamento é eficaz enquanto a lama não se diluir e passar.

Desta forma, além de pedir economia à população, a Prefeitura elaborou um Plano de Emergência enviado ao Governo Estadual e à empresa Samarco, responsável pela tragédia ambiental. O Plano contém ações emergenciais imediatas que tentam minimizar os impactos que a possível falta de água acarretará, como, por exemplo, a exigência de que a empresa consiga caminhões pipa para suprir a necessidade da população. A Copasa se colocou à disposição e já identificou municípios que poderão ceder água como Frei Inocêncio, Marilac e locais do Vale do Aço. O Plano estabelece quanto de água será necessário para as necessidades da população, com prioridade para hospitais, escolas e abrigos.

O Plano contém ainda necessidades específicas dos setores de Saúde e Educação do município na situação de emergência e ações da pós emergência, como a construção pela Samarco de um novo sistema de captação, tratamento e reservatório para a cidade, que não dependa do Rio Doce.

A Prefeitura reitera a necessidade dos moradores economizarem água ao máximo, e tentar garantir o abastecimento com as próprias reservas de água (caixas). A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros alertam ainda para que ninguém entre em contato com a água do rio Doce.”, diz a nota oficial da Prefeitura Municipal de Governador Valadares.

Lama ficou retida na Usina de Baguari e foi liberada nesta segunda-feira – Foto: GV Alerta

Leia mais [+]:

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Usina Hidrelétrica de Baguari, no Leste de Minas, libera mais lama das barragens que se romperam em Mariana (MG). Os rejeitos da mineradora deixaram a água com cor escura e com forte odor. Autoridades ambientais afirmam que os prejuízos para a fauna aquática são imensuráveis. (Imagens registradas nesta segunda-feira – 09/11/2015 / Créditos: Rede em Alerta)Saiba mais em: https://aconteceunovale.com.br/portal/?tag=bento-rodrigues

Posted by Aconteceu no VALE on Segunda, 9 de novembro de 2015


Rejeitos interrompem geração de energia na UHE Baguari

A passagem do mar de lama que vazou das barragens de Mariana por Governador Valadares, no Leste do Estado, obrigou a Usina Hidrelétrica de Baguari (UHE-Baguari), a suspender a produção de energia. As quatro unidades geradoras estão paradas desde sexta-feira (6) e não há data prevista para serem religadas. A capacidade da usina é de 140 MW, o suficiente para abastecer uma cidade de 450 mil habitantes. Valadares tem 280 mil.

Segundo o gerente geral do consórcio que opera a represa, Walter Guimaraes Leite, por causa da seca sem precedentes na região, a vazão do rio estava muito abaixo do mínimo necessário. Tanto que só em outubro, o empreendimento ficou 28 dias sem operar. Agora, os trabalhos foram suspensos por causa da lama. A UHE-Baguari é interligada ao sistema nacional.

“A geracão de energia só será retomada quando a aágua do rio se normalizar, e ninguém sabe ao certo quando será. Está chovendo e tem mais lama descendo o rio”, explicou Leite. Segundo o gerente, algumas medidas vem sendo tomadas para preservar os equipamentos da usina, como a paralisação de todas as quatro unidades geradoras e o fechamento das válvulas de entrada de água industrial.

A UHE-Baguari também faz coleta de amostras da água para análise (os resultados não foram divulgados) e monitoramento da vazão. “A água que chega está sendo extravasada pelo vertedouro. Neste momento, são cerca de 250 metros cubicos por segundo chegando e sendo liberados”, explicou.

O mesmo estaria acontecendo com os sedimentos, embora fluam com menor velocidade que a água. “Mas terá (sedimento) que ser todo drenado do reservatorio porque á prejudicial para o funcionamento das unidades geradoras”, explica Leite. A usina tem quatro unidades geradoras e seis comportas que foram projetadas para uma vazão de 12,8 mil metros cubicos por segundo.

A maior vazão no rio Doce, no entanto, teria ocorrido registrada em 1979, algo em torno de 8 mil metros cubicos por segundo.

(Fonte: Prefeitura de Governador Valadares / Hoje em Dia)

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