AS POLÍTICAS DO PAÍS PARA O MEIO AMBIENTE

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Países do hemisfério Norte, de clima mais frio, são mais ricos e desenvolvidos quando comparados aos países localizados próximos à linha do equador, de clima mais quente. Em certas regiões dos Estados Unidos, Canadá e Europa, as temperaturas de verão podem chegar a 40º C e no inverno a 50º C negativos! Nestas regiões, há muitos séculos atrás, o homem deveria produzir o máximo de alimentos possível no verão para seu consumo e ainda sobrar para estocar no inverno. Se isto não ocorresse, com certeza, ele e sua família morreriam de fome durante os rigorosos invernos do Hemisfério Norte, nos seus extremos. Considerando esta real possibilidade de não sobrevivência aos invernos extremos, com o aumento das populações e de suas famílias, o homem teve que criar e desenvolver diferentes tecnologias para produzir cada vez mais alimentos no período de plantio, na primavera/verão. Ou seja, naquela época, além da adaptação as condições climáticas extremas o homem ainda deveria produzir alimentos em poucos meses para atender as necessidades do ano inteiro! Naquela época a questão era simples: ou o homem desenvolvia tecnologia e se adaptava as condições climáticas ou morria.

E no Brasil? Aqui o clima sempre foi generoso: muito sol, calor, chuva, vento, florestas, rios, peixes, o paraíso! Após a colonização das nossas terras a partir do ano de 1500 pelos portugueses, cultuou-se no Brasil a ideia que os nossos índios eram preguiçosos e não gostavam de trabalhar, mas não é bem assim. Eles vivam em uma terra que tudo praticamente estava no estender de suas mãos. Os vegetais, as frutas, a caça, a pesca, a água para beber e banhar. Qualquer coisa que colhiam ou caçavam, no dia seguinte estava lá novamente, sem esforço, sem qualquer trabalho extra, o verdadeiro paraíso. A natureza generosa estava lá, disponível 365 dias por ano. Trabalhar muito para que? O maior trabalho era construir as suas ocas, reverenciar suas culturas e guerrear, de vez em quando, com as tribos rivais. Não existia a ideia de enriquecer ou ter muitos bens materiais. Isto nunca foi importante, diferente da cabeça dos nossos colonizadores que chegaram em busca de ouro e outras riquezas da terra.

Hoje, pagamos o preço de ainda cultivarmos em nossas cabeças a ideologia de nossos colonizadores: Explorar ao máximo sem nada deixar! Enriquecer a todo custo e às custas dos nossos recursos naturais e da exploração do semelhante. Após séculos desta exploração sem controle estamos agora vivendo a escassez, começando pela água. O maior manancial de água doce superficial do planeta presente no Brasil está acabando e o pouco que resta está sendo degradado e poluído. Cidades estão sofrendo com o racionamento de água, mesmo estando localizadas ao lado de rios que antes eram grandes e hoje, são apenas filetes de água. Solos degradados, rios assoreados, redução das chuvas, áreas com grandes bolsões de calor que impedem a entrada de massas de ar trazendo chuvas, temperatura subindo…

Ao que parece, se nada for feito, os princípios aplicados aos povos do Hemisfério Norte agora também estão valendo para nós aqui, em boa parte do Brasil: o nos adaptamos ou morreremos.

Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?

– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

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