Escola quilombola do munício de Manga é finalista de prêmio sobre igualdade racial

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A Escola Estadual Brejo São Caetano do Japuré, no munício de Manga, no Norte de Minas, é finalista do 7º Prêmio Educar para Igualdade Racial e de Gênero, na categoria Professor. Desenvolvido pelo Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), o projeto indicado (Somos Quilombolas e Fazemos Parte da História) busca atender uma expectativa de mapeamento das práticas escolares voltadas para o tratamento da temática racial.

Responsável por coordenar as ações do projeto na escola, o professor Eduardo Rodrigues da Silva é mestre em História Social pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). “Quando as inscrições para o prêmio foram anunciadas, a nossa escola já desenvolvia esse trabalho dentro do tema. Então, participar do prêmio foi uma forma de dar visibilidade ao que a escola estava fazendo. Quando participamos de algo, nós temos a intenção de ganhar e eu achei que nós tínhamos potencial para chegar à final como aconteceu”, conta o professor.

O resultado do prêmio será divulgado em outubro, durante uma formação continuada que será oferecida aos finalistas, em São Paulo.

Projeto Somos Quilombolas 

Com o projeto finalista, a escola quilombola buscou desenvolver ações voltadas à conscientização dos alunos mobilizando-os a valorizar a história, as danças, as músicas, a culinária, as crenças, as tradições, os hábitos e os costumes do povo quilombola do município de Manga.

A ação pedagógica é constituída por microprojetos, com o intuito de aproximar as disciplinas estudadas em sala de aula da realidade em que vivem os alunos. O trabalho realizado teve ênfase nos alunos do 9º ano do ensino fundamental e uma das atividades desenvolvidas foi a Feira Cultural.

“Essas práticas sociais fazem parte de nossa cultura e ainda fortalece a identidade quilombola e, muitas vezes, esses saberes são passados de geração para geração, ou seja, de pai para filho. Com o nosso trabalho pedagógico, fomos observando que os alunos não queriam e nem se reconheciam como quilombolas, pois a maioria deles não sabia o que era quilombo e quilombola, ou seja, não conheciam as suas origens e histórias”, lembra o professor Eduardo Rodrigues da Silva.

A Escola Estadual Brejo São Caetano do Japuré está situada em uma comunidade de remanescentes de quilombolas e atende alunos de outras comunidades rurais e também quilombolas. A comunidade do Brejo São Caetano, na qual a escola está localizada, foi reconhecida, em 2006, como de origem quilombola pela Fundação Cultural Palmares.

Educar para Igualdade Racial

O Prêmio é uma iniciativa do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade e tem a Secretaria de Estado de Educação como um dos realizadores. O Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade é uma organização não governamental que produz conhecimento, desenvolve e executa projetos voltados para a promoção da igualdade de raça e de gênero.

O prêmio possui duas categorias: Professor e Escola. Puderam participar profissionais que atuam com a Educação Básica regular e nas modalidades: Educação de Jovens e Adultos, Quilombola, Indígena, Profissional e Tecnológica, Especial e a Distância.

De acordo com o edital do concurso, os vencedores da categoria Professor serão premiados com R$ 5.000, um Notebook e um kit de livros sobre a temática da diversidade e igualdade étnico-Racial. Já os ganhadores da categoria Escola serão contemplados com R$ 10.000, um notebook e um kit de livros sobre a mesma temática. (Agência Minas)

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