A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E A CRISE ECONÔMICA

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A crise econômica criada por gestores incompetentes e, muitas vezes mal intencionados, afeta não apenas a gestão pública e a população, mas também o meio ambiente. Vivemos em um tempo onde a pressão social para o acúmulo de riquezas é grande e a forma para alcançar estes objetivos está atrelada aos mais diversos processos éticos, legais e de esforço pessoal, mas também aos ilegais como a corrupção, sonegação e a exploração insustentável dos recursos naturais, incluindo a exploração ilegal de madeira de matas e florestas e de animais silvestres.

Neste momento de crise onde as portas se fecham assim como as oportunidades de ganho e até mesmo de sobrevivência, os olhos ficam voltados para uma das grandes riquezas que o país possui: os recursos naturais. No caso da sobrevivência temos alguns casos extremos. Pessoas que moram no interior, que sobreviviam com um salário mínimo, utilizado para sustentar toda a família, de repente se encontram desempregados e sem qualquer possibilidade de obtenção de recursos financeiros. O desespero faz com que os membros da família partam para campo para caçar animais silvestres e realizar a extração vegetal na mata nativa. Apesar de ser um ato ilegal, como punir estas pessoas, totalmente excluídas de nossa sociedade e sujeitas a morrer de fome? E os mega exploradores das florestas que promovem a extração ilegal de madeira, principalmente da Amazônia, o paraíso das madeiras nobres e de alto valor? Com a crise financeira a ação dos fiscais fica comprometida por falta de recursos para ações básicas como abastecer um veículo oficial para averiguar denuncias. Com isto os exploradores ilegais deitam e rolam, destruindo o que ainda temos de matas nativas. Pessoas que não tem o mínimo de comprometimento com a sociedade ou o meio ambiente, explorando as pessoas pobres da região, utilizando-as como mão de obra barata e, porque não dizer, escrava, pois não recebem benefícios ou qualquer outro tipo de apoio, apenas o suficiente para sobreviver, subjulgadas diante das ameaças veladas dos pseudo patrões.

Proteger e recuperar o meio ambiente e seus recursos naturais envolve grandes somas de recursos financeiros , dinheiro que o país não tem, ou tinha, mas foi desviado ou mal utilizado. Não temos bola de cristal para adivinhar o futuro, mas o aumento desenfreado do desemprego, a redução dos investimentos públicos e a redução das atividades econômicas no Brasil empurrará uma grande massa de brasileiros desacreditados com uma melhora de curto prazo na economia, para a exploração de recursos para sua sobrevivência. A exploração dos recursos naturais como o tráfico de animais silvestres, garimpos ilegais e altamente impactantes, produção de carvão de madeira nativa, dentre outras ações serão intensificadas, criando um problema a mais para os governos e a sociedade.

O certo é que com a economia fraca e em recessão a pressão sobre os recursos naturais aumentará, fato que já acontece em países pobres do planeta. E como os governos lidarão com mais este problema? Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.

Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?

– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

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