Estudantes do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) Campus São João Evangelista protestaram na tarde dessa segunda-feira, 24 de agosto, solicitando o fim da greve iniciada no dia 3 deste mês. O calendário acadêmico previa o retorno das férias no dia 27 de julho, mas no dia 30, a direção da instituição suspendeu as atividades por tempo indeterminado devido à greve dos técnicos-administrativos em educação.
Com cartazes e gritando palavras de ordem, os alunos fizeram uma passeata pelas ruas da cidade e se concentraram em frente ao portão principal da instituição, na Avenida Primeiro de Junho.
Os discentes reclamam que estão sendo prejudicados financeiramente e no aprendizado. A maioria é de outras cidades e pagam aluguel, além de contas de água, luz e internet, sem utilizar em São João Evangelista. Muitos também temem ser prejudicados no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e nos vestibulares.
“Nós, estudantes do Instituto Federal, não somente entendemos o movimento de greve como algo justo, como também apoiamos. Entretanto, principalmente para os alunos do terceiro ano, os prejuízos podem ser irreparáveis. O ENEM e vestibulares não alteram sua data. Mesmo que exista a possibilidade de estudar em casa é nítido que o contato com o professor possibilita um maior aprendizado. Estamos perdendo para as demais escolas, que estão dando aulas de revisão. Diante dessas afirmações, pedimos a comunidade docente uma tomada de decisões mais rápida, visando o futuro de seus alunos, pois grande parte não tem condições de fazer cursinho, sendo então este ano a última oportunidade para ingressar no ensino superior. Caso o campus São João Evangelista planeje continuar com médias boas no ENEM é indiscutível o fim da greve o mais rápido possível.”, diz uma mensagem compartilhada pelos estudantes nas redes sociais.
Em nota divulgada no portal da instituição, o comando de greve docente justificou a paralisação das atividades. “Os docentes do IFMG- Campus São João Evangelista entraram em greve no dia 03 de agosto. Enquanto instrumento legítimo de reivindicação, o movimento grevista, diante das perdas inflacionárias que os salários vêm sofrendo, reivindica o reajuste salarial que devolva o seu poder econômico e, também, um reajuste que seja pertinente à importância social do trabalho do professor. Concomitante a essa primeira reivindicação, os professores se posicionam contra os cortes na educação. A categoria entende que a consequência desses cortes prejudicam as condições de trabalho dos servidores assim como o pleno desenvolvimento da instituição. Os professores entendem que a greve traz transtornos para todos, mas em um Estado democrático em que se valorize a educação, todos os agentes escolares, quando necessário, devem estar preparados e mobilizados para lançarem mão dos legítimos instrumentos de pressão e luta a favor da educação pública, gratuita e de qualidade para todos.”, diz a nota.
A direção do Campus São João Evangelista ainda não se manifestou sobre o protesto realizado na tarde de ontem.
Fotos da manifestação
(Fotos enviadas pela estudante Renata Vieira)