O agronegócio sempre salvou e continua salvando a economia do Brasil. Em julho, mais uma vez comandou a balança comercial brasileira. Neste mês, quando comparado ao mês de julho de 2014, praticamente todos os produtos apresentaram queda nas vendas para o exterior, com exceção de produtos das atividades agropecuárias e florestal. Somente a soja, no mês de julho correspondeu a 17,4% das exportações brasileiras contra 13,7% do ano passado. Em julho de 2015 foram exportados 8,5 milhões de toneladas deste grão contra 6,0 milhões de 2014, um aumento de 40%. As exportações deste grão trouxeram para o Brasil 3,22 bilhões de dólares em divisas. Para a cultura do milho não foi diferente: Exportamos em julho deste ano 218 mil toneladas do grão contra 118 mil em 2014, um aumento de 83,4%, computando para o pais 1,28 bilhão de dólares. O setor de celulose também não ficou para trás exportando em julho deste ano 1,19 milhões toneladas de pasta de celulose contra 984 mil toneladas no ano anterior. A receita desta atividade para o mês de junho foi de 550 milhões de dólares. Para a carne suína, no mês de julho, houve um aumento das exportações de 18,3% com um aumento de receita de 59% indicando o aumento da valorização da carne suína no exterior. Fechando a nossa lista de boas noticias nas exportações de produtos do agronegócio temos o etanol, o nosso famoso álcool combustível. O Brasil teve uma boa safra de cana de açúcar este ano e o produto também ficou mais valorizado no mercado exterior. Por conta destes fatores exportamos cerca de 171 milhões de litros de etanol em julho, um aumento de 135% em relação ao mesmo período do ano passado onde exportamos 72 milhões de litros. Mas com a desvalorização do álcool no mercado externo, o aumento na captação de divisas foi de 74,3%. Em julho deste ano o valor das exportações de álcool superaram os 100 milhões de dólares.
O Brasil é um país de potencial inesgotável para produção agropecuária e florestal. Por conta disto vários empresários estrangeiros estão se instalando no Brasil, adquirindo terras e produzindo para exportar para seus países de origem. Mas, apesar de todos os benefícios que a atividade traz para o país, temos que avaliar se devemos exportar produtos primários ou investir no desenvolvimento das agroindústrias para exportarmos produtos processados e de elevado valor agregado? Produzimos em grandes quantidades e várias safras por ano sem precisar desmatar ainda mais a Amazônia ou qualquer outro lugar do Brasil. As pesquisas científicas nos levam a aumentar as produtividades sem precisar aumentar as áreas de plantio.
O país deve acreditar e investir no setor produtivo do campo pois, é ele que trás divisas com superávits surpreendentes a cada mês na balança comercial com ou sem crise e que alimenta o brasileiro, principalmente o pequeno e médio produtor rural que trabalha de sol a sol para colocar comida na mesa de todos. Assim como a China criou uma dependência mundial de sua economia nos últimos trinta anos, devemos também nos tornar referencia em relação aos produtos agropecuários e florestais. Assim como sem aço ninguém produz carros, sem alimento ninguém vive.
Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?
– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;
– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br