O potencial do nosso país é fantástico em vários aspectos: temos quase 8,5 milhões de quilômetros quadrados de território sem qualquer tipo de limitação de solo ou de clima; uma população bastante numerosa com mais de 203 milhões de habitantes; 12% de toda a água doce superficial do planeta, sem contar dois dos maiores aquíferos subterrâneos do mundo nas regiões Sul, Sudeste e Norte; condições climáticas que permitem o cultivo na agropecuária e na silvicultura durante todo o ano, vários climas e biomas, com florestas e matas desde o tropical até climas extremamente frios permitindo a exploração para o ecoturismo e o turismo rural tanto para os brasileiros quanto para os estrangeiros, recursos naturais minerais invejáveis. Mas, apesar de todos estes pontos favoráveis, continuamos a ser vistos no exterior como a república das bananas. O país com a maior taxa de juros do mundo, com um dos maiores graus de corrupção, maiores cargas de impostos, maior numero de assassinatos, superior, até mesmo, para países em guerra. O nosso problema? Gestão. Problemas de gestão não apenas no âmbito do Governo Federal, mas também nos estados e municípios. Mandatários do Executivo das diversas esferas do poder que quando possuem recursos, decidem o que fazer com ele, realizando consultas públicas ou os orçamentos participativos apenas para “adoçar” o ego do cidadão e o mesmo se sentir importante no processo, mas que na prática, assim como acontece com as promessas nas campanhas políticas, caem no esquecimento de todos. Mas quando a corda aperta e gastam mais do que deveriam gerando déficits monstruosos na gestão pública, obriga a população a dar a sua parcela de sacrifício ao país aumentando os valores e taxas dos serviços públicos como a luz e a água, cortando os investimentos em saúde, educação, segurança e outros serviços essenciais básicos que são dever da União, dos Estados e dos Municípios.
Será que o cidadão lembra em qual Deputado Federal, Estadual ou Vereador votou nas ultimas eleições? Se os nomes caem no esquecimento imaginem as promessas. E, após eleitos decidem por conta própria os rumos do Brasil sem interesse das criticas ou sugestões que vem das bases, ou seja, do povo. Votam e aprovam projetos não por convicção mas por cargos, apoios e mais poder. Com a proximidade das eleições, aproxima-se novamente do povo realizando obras de maquiagem e bancando shows gratuitos de musica sertaneja e axé. Com isto todos ficam felizes e esquecem temporariamente os seus problemas, pelo menos até o dia da votação. Fazem o seu marketing pessoal explorando o carisma de pegar uma criança pobre e suja no colo e beija-la; abraçar o idoso ou o doente que está na favela. Outros nem disto precisam pois são artistas, cantores e apresentadores que estão continuamente na mídia e que testam a sua popularidade nas urnas, frequentemente obtendo êxito. O que tornou o Tiririca o Deputado Federal mais votado do Brasil pela segunda vez? O seu trabalho na Câmara dos Deputados ou a sua propaganda política que era um verdadeiro programa de humor?
Temos que fazer uma melhor reflexão sobre o nosso papel de eleitor e cidadão. No próximo artigo vamos conversar um pouco mais sobre as políticas públicas para os diversos setores produtivos e o bem estar da sociedade.
Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?
– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;
– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br