Uma infestação de pernilongos está tirando o sossego e o sono de moradores de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. O problema tem provocado reclamações e mudanças de comportamento nas casas, principalmente à noite, quando a incidência é maior.
A prefeitura diz que a grande quantidade de insetos é resultado da falta de chuvas, além do crescimento da mata orgânica nas proximidades do rio Doce e dos córregos da cidade.
O cabeleireiro Rafael Miranda, de 22 anos, trabalha no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, próximo a um canal que corta o bairro. Segundo ele, o problema se intensificou no início de julho. “Chega a ser constrangedor a quantidade de pernilongos, principalmente quando vai anoitecendo”, diz.
Mesmo providenciando a dedetização do local, os insetos costumam se alojar quando começa a anoitecer. “Sempre enfrentamos esse problema, mas, nesta temporada, como está menos frio que outros anos, o número de pernilongos aumentou”, diz Rafael.
A fisioterapeuta Carla Ferreira Leite conta que tem evitado andar pelo calçadão da Ilha dos Araújos, onde ia com frequência. “Poderiam aplicar um veneno, algo que diminua esse sofrimento. Nosso maior medo é quando começarem as chuvas, e o mosquito da dengue vir junto com os pernilongos”.
Moradores de Valadares mostram quantidade de pernilongos (Foto: Diego Souza/G1)
Combate aos mosquitos
Em nota, a prefeitura de Valadares informou que adquiriu bombas motorizadas e termonebolizadores para exterminar os focos dos mosquitos. “O objetivo é atingir as larvas que nascem em canais’.
Cerca de 46 canais, como o da Tancredo Neves, Atalaia, Vila Isa, Azteca, dentre outros, foram mapeados e, devem receber, a partir desta terça-feira (28), duas visitas mensais da equipe de profissionais do Ponto de Apoio da dengue para borrifação do larvicida, segundo a prefeitura.
Na tarde desta terça-feira, os larvicidas estão sendo usados no canal próximo ao BNH do Bairro São Pedro. “Este trabalho não é o mesmo que é feito com o carro fumacê. Pois, o fumacê é liberado pelo governo do Estado apenas quando há epidemia de dengue. Já o fumacê costal é feito constantemente em áreas onde há casos suspeitas de dengue ou em locais onde são encontrados focos do Aedes aegypti. O que vamos fazer agora é aplicar um larvicida que não agride o meio ambiente e nem faz mal para as pessoas, dando fim apenas aos pernilongos”, explicou Wilmar Rocha Santos, biólogo do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
(Fonte: Inter TV dos Vales / G1)