Rampas foram interditadas por tempo indeterminado. Associações, pilotos e a prefeitura tentam resolver a situação.
As constantes invasões do espaço aéreo destinado a aeronaves por pilotos de paraglider, parapente e asa delta resultaram na interdição das rampas de voo livre do Pico da Ibituruna, em Governador Valadares, no Leste do Estado.
Em busca de um consenso para a situação, começa nesta terça (30) uma série de reuniões envolvendo as associações Valadarense de Voo Livre (AVVL) e de Voo Livre Ibituruna (AVLI), pilotos e prefeitura, já que a cidade sediará uma final da Copa do Mundo de Paraglider no início de 2016 e o problema terá que estar resolvido.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) é a responsável pelo espaço aéreo, as associações pelos pilotos e fiscalização dos voos e o município pela manutenção das rampas e área de pouso. De acordo com o secretário de Cultura, Esporte e Lazer de Governador Valadares, Fábio Brasileiro, a proposta é que a gestão seja compartilhada e amparada por lei.
“Já notificamos as associações, fizemos reuniões, mas o problema persiste. E não pode continuar porque estamos tratando de vidas. Até chegarmos a um consenso, a alternativa mais segura é a interdição das rampas”, explica. A medida, anunciada no último sábado, é por tempo indeterminado.
Desrespeito
O pico tem duas rampas de madeira, mas as decolagens estão proibidas também das rampas naturais. Apesar disso, conforme o secretário, pilotos de parapente desrespeitaram o bloqueio e decolaram no último domingo. “As associações têm poder de punir esses voadores, dando advertências e caçando as carteirinhas. Espero que estejam tomando providências”.
O presidente da AVVL, Paulo Cesar Silva, admite que o problema não é novo, mas denuncia que foi agravado pela administração municipal que retirou da AVVL a autonomia para fiscalizar o voo livre na cidade, mas não assumiu esse papel. Desta forma, qualquer pessoa pode decolar do Pico da Ibituruna. “Denunciei o problema ao Ministério Público de Minas Gerais há um ano. É tão grave que o órgão encaminhou o caso ao Ministério Público Federal, que analisa a questão”, diz.
Paulo Cesar ainda denuncia que, além dos turistas desorientados invadirem o espaço aéreo, novatos estariam trocando de equipamento depois de três meses e fazendo voos duplos, colocando em risco outras pessoas.
O mínimo de experiência seria de dois anos. “Sem ninguém para fiscalizar, Valadares virou terra sem lei”.
Foto: Página da Associação de Voo Livre Ibituruna no Facebook / Divulgação
(Fonte: Hoje em Dia)