A música sempre foi considerada, ao longo dos tempos, uma forma de comunicação com o público. Muitas letras contêm mensagens para a sociedade nos seus diversos aspectos. Uma música do compositor e interprete Beto Guedes de 1981, com o título “Sal da Terra”, há 34 anos manda uma clara mensagem para a sociedade: devemos cuidar do nosso planeta; todos nós. Vou reproduzir alguns trechos da música neste texto e que considero de suma importância para uma reflexão coletiva:
“Anda, quero te dizer nenhum segredo; falo deste chão da nossa casa; bem que tá na hora de arrumar”. Nesta estrofe, o autor está descrevendo o planeta como a nossa casa, que todos nós sabemos que o planeta está sendo explorado de forma desordenada e que muitos danos já foram causados pelo homem e que já passou da hora de se tomar as devidas providências para reverter este quadro de destruição.
Outro trecho diz: “Terra, és os mais bonito dos planetas; tão te maltratando por dinheiro; tu que és a nave nossa irmã”. Neste trecho é claro o elogio ao nosso planeta e que não existe outro que possa acolher a vida como conhecemos. Nós e o planeta somos um só pois interagimos com ele a todo momento, como irmãos. Mas que, apesar desta interação, muitos insistem em explorá-lo além das necessidades pessoais, pensando única e exclusivamente no enriquecimento pessoal, esgotando a sua capacidade de suporte da vida.
Mas na penúltima estrofe a esperança ainda persiste: “Vamos precisar de todo mundo; um mais um é sempre mais que dois; para melhor juntar as nossas forças; é só repartir melhor o pão; recriar o paraíso agora; para merecer quem vem depois.” Ele cita que o planeta só terá um futuro melhor para nós e para nossos descendentes se fizermos também a nossa parte e que as ações coletivas da população tem muito mais força do que as ações individuais e que todos nós devemos atuar neste papel de preservação do planeta. O processo de recuperação deve superar o processo de exploração restabelecendo novas áreas de proteção e preservação para que nossos filhos e netos possam conhecer os animais e as plantas em contato com eles e não apenas em livros e vídeos como espécies que, “já existiram”.
Na ultima estrofe ele descreve que devemos tratar o nosso planeta com mais respeito e carinho: “Deixa nascer o amor; deixa fluir o amor; deixa crescer o amor; deixa viver o amor; o sal da terra.” Viemos da terra e para terra voltaremos. Fomos gerados graças aos alimentos produzidos pela terra e consumidos pelos nossos pais que foram transformados em nós. Nos alimentamos durante toda a vida, geramos os nossos filhos e ao morrer, o nosso corpo, literalmente, se transforma em adubo. Mesmo se cremados, as nossas cinzas, ricas em nutrientes, serão excelentes fertilizantes químicos para as plantas. Concluindo: somos o Sal da Terra.
Esta reflexão é muito importante para todos nós a respeito do nosso planeta e o que ele nos dá em troca quando cuidamos dele ou quando o agredimos. Não gostamos da nossa casa limpa, arrumada e protegida? O planeta também é a nossa casa que deve ser cuidada e protegida.
Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?
– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;
– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br