Ninguém foi preso até o momento. Onda de violência assusta a população do município.
O registro de vários crimes violentos assusta a população de Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha. Em menos de uma semana foram registrados três assassinatos no município. A vítima mais recente é um homem que foi alvejado por disparos de arma de fogo na manhã desta sexta-feira (22/05), próximo a um restaurante às margens da MG-117.
Conforme apurado, a vítima seguia a pé sentido ao distrito de Santa Joana, quando foi surpreendida por dois homens, que se aproximaram em uma motocicleta e atiraram várias vezes. Magid Soares Fernandes, de 35 anos, conhecido na cidade como Magid do Isael, não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.
Magid Soares Fernandes, de 35 anos, foi assassinado nesta sexta – Foto: Reprodução
Na segunda-feira (18), um homem foi roubado e assassinado na Comunidade do Mandingueiro, na zona rural. A vítima Leonardo Vieira Rocha foi atingida por dois projetis disparados por arma de fogo, sendo um no peito e outro na cintura. Testemunhas relataram a Polícia Militar que a vítima tinha o costume de emprestar dinheiro para conhecidos e guardava o dinheiro em um caixote de madeira, que foi encontrado aberto e sem nenhuma quantia.
Caso revoltante
O caso mais revoltante é o crime bárbaro contra a vida da pequena Marina Suzane Mendes, de apenas 9 anos de idade. A criança foi covardemente assassinada pelo seu padrasto, que está foragido e é procurado pela Polícia.
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), ao chegarem no local do crime, militares depararam com uma mulher de 33 anos e a filha dela sendo atendidas por uma ambulância do povoado. Ao chegar, o Samu assumiu o atendimento médico. Em contato com o dono da propriedade, ele contou que estava na sede do imóvel quando a mulher chegou toda ensanguentada e pedindo por socorro.
Marina Suzane Mendes foi assassinada pelo padrasto – Foto: Arquivo / Família
A vítima contou que ela e a filha haviam sido agredidas depois de irem até a residência do caseiro, onde moravam, buscar algumas roupas. Mesmo bastante machucada, a mulher contou à polícia que seguia com a filha por uma estrada quando foi surpreendida pelo companheiro, que estava agachado em um matagal.
Ao ver a mulher, o criminoso teria dito que “iria acabar com ela ali mesmo”. Em seguida, ele pegou um pedaço de pau e desferiu vários golpes contra a cabeça da dona de casa. As agressões só cessaram depois que a vítima fingiu que havia morrido.
Covardemente, após agredir a companheira, o homem correu atrás da enteada, que também foi agredida na cabeça. Logo depois, ele fugiu e não foi mais visto. Próximo ao local dos crimes, a polícia apreendeu, além do pau, uma faca, oito litros de gasolina, um litro de óleo e uma máscara de proteção de roçadeira.
Mãe e filha foram socorridas e encaminhadas ao hospital de plantão de Itamarandiba. No entanto, Marina, segundo o médico, já apresentava morte cerebral. A mulher, devido à gravidade dos ferimentos, precisou ser transferida para uma unidade de atendimento de Diamantina, na região Central do Estado, onde segue internada e sem previsão de alta.
Crimes motivados por ciúmes
Ainda de acordo com o relato da mulher aos militares, as agressões contra ela e a filha aconteceram por ciúmes do marido. Eles teriam discutido e estavam “separados” há uma semana. No entanto, moravam na mesma casa.
O dono da fazenda contou à polícia que o suspeito sempre se mostrou uma pessoa calma e “de boa educação”. Há alguns meses ele deu o emprego para o criminoso, que começou a viver no local junto com a família.
A ocorrência foi encerrada na Delegacia de Plantão de Itamarandiba e o caso será investigado pela Polícia Civil do município.
Marido envenenou mulher um dia antes
Antes de tentar matar a companheira a pauladas, o suspeito envenenou a companheira com veneno de rato, popularmente conhecido como “chumbinho”. “Na sexta-feira (15), ele colocou chumbinho no torresmo e deu para minha irmã comer. Ela passou mal, foi para o médico e ficou bem. No sábado, ele voltou para tentar matá-la novamente”, contou a irmã da dona de casa, Olívia dos Santos, de 25 anos.
Os crimes surpreenderam a família materna de Marina. Segundo a tia, o suspeito sempre teve uma boa relação com a enteada e ninguém imaginava que a tragédia poderia acontecer.
“Ele estava com a minha irmã há um ano. Sempre tratou todo mundo bem e ela nunca reclamou do relacionamento. Não sei por qual motivo meu cunhado fez essa barbaridade. Queremos que tenha uma punição”, disse a jovem.
O velório da pequena Marina acontece na manhã desta segunda-feira (18). A mãe dele recebeu alta médica e vai acompanhar o sepultamento.
“Fisicamente ela está bem, mas desesperada. Marina era a filha do meio e muito apegada à mãe, que tem outros dois meninos. Nossa família está arrasada”, finalizou Olívia.
Familiares usaram as redes sociais para divulgar a identidade do suspeito
(Fonte: Aconteceu no Vale / O Tempo)