Manifestação é realizada na manhã desta quinta (21/05) em frente a prefeitura. Fechamento ocorreu depois de corte no quadro de funcionários.
Cerca de 100 pessoas fazem uma manifestação contra a suspensão das aulas oferecidas pela escola da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Januária (MG). Clarissa Mendes, presidente da instituição, explica que o serviço foi interrompido depois que a Administração Municipal determinou o corte de 21 funcionários.
“Com a decisão da Prefeitura, o funcionamento da escola foi inviabilizado. Atendemos cerca de 600 pessoas, sendo que 100 estão matriculados regularmente, em dois turnos. A APAE está prestes a completar 18 anos, e uma situação como esta nunca havia acontecido.”
Protesto foi realizado em frente a sede da prefeitura (Foto: Divulgação / Manifestantes)
Os funcionários que foram cortados do quadro da APAE são professores, motoristas e auxiliares de serviços gerais. De acordo com Clarissa mendes, a atitude da Prefeitura foi tomada depois que o Ministério Público questionou o número de servidores contratados no município.
“A Administração Municipal poderia ter procurado outra forma de resolver o problema apontado pelo Ministério Público. Com a interrupção das aulas, o tratamento de saúde dos assistidos é afetado, uma vez que oferecemos diversos tipos de atividades que estão ligadas ao bem-estar emocional e psicológico deles, sem isto, a resposta para a reabilitação não ocorre de forma satisfatória, como poderia ser”, destaca.
A afirmação da presidente da APAE é confirmada por José Wilson Ferreira, pai de um dos assistidos que frequenta a escola.
“Meu filho tem 22 anos e está aqui há 17. Antes ele era agressivo, quebrava tudo em casa. Com as aulas, ficou muito mais calmo e também começou a responder melhor ao tratamento. Aqui é a segunda casa dele. Antes da APAE existir tínhamos que andar 200 quilômetros até Montes Claros”, diz.
O que diz a Prefeitura?
A assessoria de comunicação da Prefeitura informou que há cinco dias foi convocada a comparecer no Ministério Público depois de uma denúncia de que havia uma grande quantidade de funcionários contratados no município, por isto, o MP determinou que 50% dos 756 contratados fossem dispensados e que os servidores desviados de suas funções voltassem para os cargos. Além disto, também ficou estabelecido que a Administração Municipal realizasse um concurso público.
A assessoria afirmou ainda que a Prefeitura acatou ao que foi determinado, mas ponderou que poderia haver algum problema até que os setores afetados se reorganizassem. E que a Administração reconhece a importância do trabalho da APAE e que uma solução para o problema está sendo estudada. Cinco servidores devem ser mantidos na instituição para que as aulas sejam retomadas, provavelmente na segunda-feira (25).
O MP informou ao G1 que não houve determinação para que os servidores fossem retirados da APAE. De acordo com o MP, a gestão dos cortes é de responsabilidade da Prefeitura.
(Fonte: G1 / Inter TV Grande Minas)