Após ser estuprada pelo pai, criança de 11 anos é obrigada a fazer aborto em Valadares

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A criança teria engravidado em 2014, mas foi obrigada pelo pai a abortar e ainda colocar comprimidos no órgão genital.

Um caso revoltante foi registrado pela Polícia Militar (PM) e pelo Conselho Tutelar na tarde do último sábado, 7 de fevereiro, no bairro Planalto, em Governador Valadares (MG). Foi descoberto que um homem de 38 anos abusava da própria filha, de 11 anos, desde quando ganhou na Justiça a guarda provisória da menina. Ele chegou a engravidá-la, e depois a obrigou a abortar.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, a madrasta da menina afirmou que estava desconfiada de um relacionamento do companheiro com a filha dele e que no último mês de outubro a garota engravidou. Em dezembro o pai obrigou a filha a fazer aborto, tomando dois comprimidos, e ainda fez com que ela introduzisse outros dois na vagina.

A mulher, desconfiada destas atitudes, passou a monitorar o comportamento da enteada com o pai. Este dorme em uma cama com os filhos, e a menina teria recebido ameaças dele, se quisesse dormir em outro lugar. Na sexta-feira, a mulher conversou com a vítima sobre a gravidez do ano passado, e a menina confessou que o abuso ocorrera dentro de casa e que o autor seria o próprio pai.

Suspeito negou o crime

A ocorrência ainda relata que, ao ser questionado sobre os fatos, o homem disse não ter cometido o ato sexual com a filha e que se encontra em processo de separação da atual esposa. O homem ainda destacou que a filha nunca engravidou, mas que sofrera abuso por parte de um suposto namorado, na escola. Disse ainda que possui a guarda da filha e que a mãe tem o direito de ficar com a menina no sábado, de 15 em 15 dias, mas que havia mais de cinco fins de semana que a mulher não via a filha. Durante o atendimento da ocorrência, embora não tenha admitido ter sido violentada, a vítima se recusava a comparecer ao hospital, demonstrando insegurança.

Criança confirmou abusos

Por causa do nervosismo e insegurança da criança, o Conselho Tutelar foi acionado, e durante uma conversa a menina acabou confessando que tem sofrido abusos do pai constantemente, inclusive na própria sexta-feira. Ainda disse que a história de ter sido abusada na escola fora invenção do pai, para que ele não fosse descoberto.

“Fomos acionados pela polícia, e uma outra conselheira ficou responsável pelo caso. À medida que os fatos eram revelados, percebemos que o caso era mais profundo, sendo um ato contínuo de abuso, desde que a criança tinha 8 anos de idade. O pai tinha a guarda legal dela e ainda havia a questão do aborto, que é uma agravante”, afirmou a presidente do Conselho Tutelar – Região 1, Maria de Fátima e Silva. “Nossa preocupação no primeiro momento era preservar a criança, tendo em vista que o pai era bastante convincente, até porque ganhou a guarda da criança na Justiça, uma vez que a menina disse perante o juiz que queria ficar com o pai. Mas ao delegado informou que fora obrigada pelo pai, com a alegação de que não se o fizesse tudo ele mandaria matar sua mãe. Ela então foi coagida a viver nessa situação”, disse a conselheira.

Após três anos nessa situação, marcas e traumas podem ser percebidas na criança. “As vítimas só revelam esses casos quando se sentem seguras, e aconteceu isso com essa criança. Ela não tinha segurança de revelar esse caso, devido a diversos fatores, pois o pai a ameaçava e à mãe. A madrasta em nenhum momento foi conivente com as ações do marido, e na verdade não sabia. A partir do momento em que desconfiou do caso, conversou com a criança, e ao saber tudo imediatamente acionou a mãe e a polícia”, disse Maria de Fátima.

Homem foi preso

O suspeito foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil pela PM, mas a princípio o delegado tinha dúvidas se o caso era de flagrante, devido aos fatos apurados e também porque já havia passado muito tempo do ocorrido. “Todavia, ao ouvir a criança não houve mais dúvidas de que se tratava de um flagrante, pois o ato aconteceu na noite de sexta. Hoje o suspeito se encontra preso em flagrante, mas estamos trabalhando para converter a prisão em preventiva”, disse a conselheira.

Denúncias

Para evitar que casos como esse aconteçam, a população deve saber que o Conselho Tutelar é um órgão protetivo. “Quero deixar claro a importância de as pessoas perderem a visão errada que têm do Conselho Tutelar. Precisamos que as crianças e os adolescentes tenham uma visão boa, de proteção para eles, pois em um caso desses eles ou terceiros devem acionar o órgão. Iremos apurar e prestar a devida assistência antes que as coisas piorem”, concluiu a conselheira.

(Fonte: Diário do Rio Doce)

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