Ambulâncias do Samu enfrentam dificuldade de circulação na área urbana de Montes Claros

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Condutores não cedem passagem à ambulância e até protestam, dificultando que a unidade chegue rapidamente ao local do atendimento.

No último mês de dezembro, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) completou seis anos de atuação no Norte de Minas, com um registro anual de mais de 500 mil chamados.

Pioneiro no atendimento regionalizado no país, apesar dos grandes avanços registrados nesses seis anos, o Samu Macro Norte ainda enfrenta uma grande dificuldade em relação à circulação das ambulâncias. Isso porque muitos motoristas não cedem a passagem ao veículo, principalmente na área urbana de Montes Claros.

Ambulâncias enfrentam dificuldade de circulação na área urbana de Montes Claros – Foto: Jerusia Arruda

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, quando estiverem com os sinais acionados e em situação de urgência, os veículos de emergência, além da prioridade de passagem, gozam de livre circulação, estacionamento e parada, o que significa que podem transitar livremente em qualquer condição ou local que a regra seja a proibição. Por exemplo, podem avançar o sinal vermelho do semáforo ou estacionar sobre o passeio. Mas a ambulância não pode trafegar acima da velocidade permitida na via, por isso a importância da prioridade a passagem.

Mas, segundo relato dos condutores socorristas do Samu Macro Norte, mesmo com os sinais de alerta acionados (giroflex e sirene), indicando situação de urgência, muitos condutores não cedem passagem à ambulância e até protestam, dificultando que a unidade chegue rapidamente ao local do atendimento.

A função do Samu é atender pacientes que correm risco iminente de morte ou que se não receberem atendimento rápido e correto podem ficar com sequelas. Em ocorrências de parada cardiorrespiratória, acidente vascular cerebral e infarto, por exemplo, os minutos perdidos no trânsito podem colocar em risco a vida do paciente ou deixar sequelas irreversíveis, caso este sobreviva.

O Samu Macro Norte possui 7 unidades de suporte avançado (UTI Móvel) e 40 unidades de suporte básico (USB), estrategicamente distribuídas em 37 bases pela região.

No caso de Montes Claros, que possui uma população de cerca de 400 mil habitantes, são cinco unidades básicas e duas avançadas. Como o trânsito da cidade é muito intenso, se não houver uma conscientização da população em relação a essa prioridade de circulação da ambulância, a dificuldade de chegar ao local do acionamento com a tempestividade esperada pode se tornar ainda maior.

Entre as dificuldades relacionadas pelos condutores socorristas estão, principalmente, a falta de atenção e educação no trânsito. “Muitos motoristas não prestam atenção ou ignoram o sinal de alerta da ambulância porque estão com o vidro do carro fechado, falando ao celular e não olham no retrovisor, não reduzem a velocidade e não se deslocam para a pista da direita, dificultando a passagem da ambulância”, relatam.

Os condutores também chamam atenção para motoristas e motociclistas que aproveitam quando a ambulância consegue negociar a passagem para avançar no vácuo, principalmente nos cruzamentos com semáforo, colocando em risco, inclusive, a própria vida.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), quando os dispositivos de alarme e sonoro estiverem acionados indicando a aproximação de um veículo de emergência, os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário. Já os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local.

Para todos os condutores, a orientação do CTB é dar prioridade de passagem na via e no cruzamento com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança.

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