Cidade do leste de Minas tem o maior índice de presença do mosquito Aedes aegypti em todo o Sudeste
As cidades de Governador Valadares, no Rio Doce, e Dores do Indaiá, no Centro-Oeste de Minas, lideram o ranking no Sudeste do Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), divulgado nesta terça-feira (4) pelo Ministério da Saúde. O estudo identifica os locais onde há focos do mosquito Aedes aegypti – vetor da dengue e da febre chikungunya. Segundo o levantamento, 5,2% dos imóveis de Valadares apresentam sinais do mosquito, índice considerado de alto risco de epidemia (acima de 4%). Já Dores de Indaiá teve índice de infestação de 3,2%, considerado estado de alerta (entre 1% e 3,9%). Em Belo Horizonte, o índice foi de 0,4%, considerado satisfatório pelo órgão (abaixo de 1%).
Segundo o técnico superior de saúde da prefeitura de Governador Valadares, José Batista dos Anjos Júnior, o município tem LIRAa alto há cerca de cinco anos. Isso acontece, segundo ele, porque habitualmente os ralos da cidade são construídos com o cano de escoamento elevado, o que favorece a presença de água parada. “É um hábito, já está em tramitação uma lei para mudar isso. As construções novas já não fazem mais assim”, explica o técnico. Conforme Anjos, 48% dos focos estão nos ralos, e é preciso jogar água fervente uma vez por semana para matar as lavras.
Redução
O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira ainda que houve redução de 86% nos casos de dengue em Minas Gerais. De 1° de janeiro a 25 de outubro de 2013, foram registrados 413.863 casos, contra 58.051 no mesmo período deste ano.
Para o professor do departamento de microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Flávio Guimarães da Fonseca, o número de casos de dengue em 2014 caiu porque, no ano passado, houve muitas infecções em decorrência do sorotipo 4 da doença, que, na época, era um vírus novo no país. “Neste ano, as pessoas estão imunologicamente resistentes”, explica Fonseca.
Sobre a febre chikungunya, o panorama é outro. O especialista explicou que se trata de um vírus novo, ou seja, a população não tem imunidade.“Ele (o vírus da febre) tem condições de gerar surtos importantes”, afirmou. O professor reitera que a redução dos casos de dengue não é motivo para que a população se descuide do problema e que o risco de epidemia da chikungunya é mais um motivo para o combate dos focos do mosquito. “Depende da participação da população, o poder público sozinho não dá conta”, pondera. As informações são do Portal O Tempo Online.