Outubro, meu outubro, meu mês e mês das crianças, eu não poderia deixar de compartilhar mais uma lembrança da minha saudosa infância lá no pequeno e aconchegante São João da Chapada. Lá mesmo, onde, não me canso de dizer, o céu parece estar ao alcance das mãos, onde a lua cheia é tão grande e tão brilhante que dá pra ver direitinho os olhos do cavalo branco e lindo de São Jorge. E essa lua linda, com seu brilho hipnotizador vive a me seguir, por onde quer que eu vá. E ela não se cansa. Quando criança adorava brincar de correr da lua e aonde eu ia, ela ia atrás. Em qualquer ponto onde eu me escondesse, lá estava ela, com aqueles olhos brilhantes, de cavalo branco a me espiar. É uma magia inexplicável, que por muito tempo me encantou.
_ Mãe, a lua tá andando junto comigo!
_ Ô menina boba! Ocê vai ficar tonta!
_ Ela não para!
_ É só ocê ficar queta!
Era um sentimento misto de admiração e medo. Admiração pela beleza e medo de ter que morar na lua. É que sempre que era lua cheia, ou lua linda, minha mãe gostava de cantar:
Lua, luar
Céu de Iaiá
Leva essa menina
Procê criar…
Aí eu tratava logo de virar uma boa menina, pra lua não me pegar pra criar, porque nunca, nunquinha da silva eu ia querer ficar longe da minha mãe.
Hoje restam o encantamento e a poesia que a lua me inspira. E você, já viu a lua hoje?
(Imagem ilustrativa)
QUEM É ROSILENE ÁVILA?
Mãe, esposa, catequista, servidora em escola pública e privada, acadêmica do curso de Administração Pública – UFOP e Cerimonialista na Casa das Festas, em Sabinópolis. Amante da filosofia, das letras, da arte e da ciência política e do comportamento humano.