Aluno de 15 anos chamou amigos para cometer agressões na escola. Eles entraram na sala e fizeram uma turma inteira se ajoelhar.
Um professor de História foi agredido com um soco, enquanto aplicava uma prova na Escola Municipal Neide Melo Franco, em Montes Claros (MG), nesta quarta-feira (17). Segundo a Polícia Militar, um estudante de 15 anos chamou outro adolescente, que mora na região e não é aluno da instituição, para cometer a violência.
“Eles são amigos e o estudante chamou esse outro menor para invadir a escola e ameaçar os alunos e professores”, fala a sargento Williane Martins. O militar explica também que na semana passada esteve na escola por duas vezes, em um único dia, porque o mesmo aluno chamou os amigos para entrarem na escola.
Escola onde as agressões ocorreram (Foto: Michelly Oda / G1)
O professor que foi vítima da agressão pediu para não ser identificado e não quer ter o nome revelado. Ele disse que antes de levar o soco, o estudante ficou chamando a atenção dos outros alunos por um vidro, ele também pegou uma tesoura e tentou cortar o cabelo de uma garota por uma janela.
A situação revoltou os demais funcionários, que dizem estar com medo de trabalhar. “Não estamos tendo segurança, este é o segundo professor que foi agredido, uma diretora já saiu da escola após ser ameaçada”, fala Danielle Lima, que dá aulas de Português.
O outro episódio de agressão mencionado por ela aconteceu há três meses. Um professor levou uma cadeirada, que foi dada pelo estudante envolvido na ocorrência desta quarta e pelos amigos dele. Além de invadir o local e cometer as agressões, eles também soltam bombas nos corredores.
Adilson Júnior, professor de Educação Física, conta que os invasores entram e saem da escola saltando os muros. Ele diz que há pouco tempo esse mesmo grupo de menores entrou em uma sala de aula no momento em que os alunos estavam sendo dispensados e fizeram com que toda a turma se ajoelhasse. “Os estudantes ficaram desesperados, alguns choraram e não queriam ir embora com medo de sofrerem algum tipo de violência.”
“Estamos aqui para educar, esses casos se tornaram de polícia. Esses agressores se sentem à vontade para cometer qualquer ato ilícito, fazem hoje e não têm punição, por isso se sentem à vontade para fazer de novo. Eles criam asas e essa violência pode se agravar, hoje foi com um professor, amanhã será com outro, e pode ser com uma arma”, diz.
A vice-diretora da escola disse para a reportagem que já acionou os órgãos relacionados à criança e ao adolescente, e já procurou também pela família do garoto, mas nada foi resolvido.
Como desta vez o soco foi dado por outro menor, o estudante de 15 anos não foi levado para a delegacia. Já o adolescente envolvido diretamente na agressão ainda não tinha sido localizado até a publicação desta reportagem.
(Inter TV Grande Minas)