O acidente aéreo que matou o candidato a presidente da república, Eduardo Henrique Accioly Campos (PSB), vitimou também a vida de um filho de Governador Valadares. Geraldo Magela Barbosa da Cunha era piloto e atuava como copiloto do avião que caiu na manhã desta quarta-feira, 13 de agosto, no Bairro Boqueirão, em Santos, no Litoral Paulista. Ele foi criado no bairro São Pedro, na cidade do Leste de Minas Gerais.
Além do candidato e o piloto valadarense, outras cinco pessoas morreram no acidente. Foram confirmadas as mortes do fotógrafo Alexandre Severo Gomes e Silva, o assessor de imprensa Carlos Augusto Leal Filho (Carlos Percol), o assessor pessoal Pedro Valadares Neto e o cinegrafista Marcelo Lira, além do piloto Marcos Martins. A candidata à vice-presidente, Marina Silva, não estava no avião.
Segundo a Aeronáutica, o avião modelo Cessna 560 XL decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto do Guarujá. Quando a aeronave preparava para o pouso, arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave. A Aeronáutica já iniciou as investigações sobre as causas do acidente.
Valadarense morreu no acidente envolvendo o candidato a presidente do Brasil – Foto: Arquivo da Família
Vítima Valadarense
Geraldo Magela, carinhosamente conhecido como “Magelinha”, por familiares e amigos, era valadarense e completaria 45 anos no dia 15 de setembro. Casado, ele deixou um filho de 4 anos e a esposa, que mora nos Estados Unidos e está grávida de uma menina. Ela viajaria para o Brasil na próxima segunda para encontrar o marido e familiares.
De acordo com Eduardo Cunha, irmão de Geraldo Magela, como muitos valadarenses, ele migrou para os Estados Unidos no fim dos anos 80 e início de 90 e trabalhou e estudou para realizar o sonho de ser piloto de avião. “Ele foi naquela primeira leva de imigrantes que foram para a ‘América’. Lá ele trabalhou em um cassino em Atlantic City, onde morava. O sonho dele era ser piloto de avião, então estudou para isso e conseguiu”, contou Eduardo.
O irmão disse que Geraldo Magela trabalhou por muitos anos como piloto nos USA, voltando ao Brasil quando o país norte americano entrou em crise, o que o levou a ficar desempregado. “Com a crise, o Magela ficou desempregado e como aqui no Brasil o mercado para pilotos estava crescendo, ele voltou ao país. Aqui trabalhou na TAM e atualmente trabalhava como piloto privado. Ele era muito competente e experiente como piloto”, assegurou.
Eduardo disse que não sabia que o irmão estava trabalhando no voo acidentado e que assistia à notícia pela televisão quando um parente ligou dizendo que Geraldo estava no avião acidentado. “Não sabia que ele estava trabalhando na campanha. Eu estava vendo o acidente pela televisão quando uma tia me ligou de Timóteo [no Vale do Aço] e disse: ‘seu irmão trabalha para esse homem que morreu no acidente’. Ai fiquei sabendo que ele estava como copiloto naquele voo. Na hora não acreditei mas, minha mãe, que estava em uma consulta viu falarem o nome dele na TV e me ligou contando”, contou sem esconder o choque com a notícia.
A esposa e o filho de Geraldo Magela moram nos Estados Unidos da América e estavam de passagem marcada para a próxima segunda-feira para o Brasil. Geraldo, em telefonema recente, disse à mãe, Odete Cunha, de 86 anos, que “estava com saudades e não via a hora de encontra a prole”, referindo-se ao filho e a esposa, que está grávida de uma menina.
Magela era, segundo amigos e familiares, apaixonado pelo voo, chegando inclusive a praticar voo livre com asa delta em Governador Valadares.
(Aconteceu no Vale / Diário do Rio Doce)