Filha adotiva salva vida do pai com transplante

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Chance de compatibilidade era menor que 1%. Pai adotivo tinha uma doença hereditária degenerativa.

Para a família Magalhães, de Governador Valadares, Minas Gerais, o mês de agosto é de dupla comemoração, uma pelo dia dos pais, neste domingo (10), e outra pela nova vida do pai Homero. Há 9 anos ele recebeu um grande presente da filha adotiva Rebeca, um rim e uma melhor perspectiva de vida.

Homero Magalhães, de 62 anos, é pai também de outros dois filhos adotivos Henrique e Hannah. Como ele tinha um problema de fertilidade, optou pela adoção em vez da inseminação artificial há 29 anos. Mesmo realizando um sonho e se tornando pai o melhor presente ainda estava por vir.

Homero, Rebeca a filha e o marido (Foto: Arquivo Pessoal)

Entre os anos 2000 e 2004, Homero teve uma doença hereditária degenerativa, os rins funcionavam apenas 18% e em 2005 a situação se agravou, os órgãos chegaram a ter um funcionamento de apenas 13%. Com isso, ele ficou na fila de um transplante durante um ano e meio. Foi então que a família descobriu que a filha Rebecam com 20 anos na época, mesmo não tendo parente biológico, era compatível, para a surpresa de todos.

A data do transplante foi no dia 26 de agosto de 2005. O presente em comemoração ao dia dos pais daquele ano chegou alguns dias depois, mas para Homero foi o melhor presente que um pai poderia ganhar, uma vida nova.

“A parte dela me deu uma vida nova. Eu a considero como minha mãe espiritual. Meus filhos são uma bênção, o melhor presente que Deus me deu. Aprendi a amar as pessoas e passei a enxergar que temos uma missão na terra, e isso é para o nosso crescimento”, diz Homero.

Rebeca conta que resolveu doar um dos rins porque não aguentava mais ver a situação do pai. “Meu pai é uma pessoa muito amorosa e feliz e a doença comprometeu a alegria de viver dele. Ele queria trabalhar, mas não conseguia e voltava pra casa chorando”.

O pai resistiu a ideia do transplante no início, mas acabou aceitando o apoio da filha. Depois de uma bateria de exames em Belo Horizonte, descobriu-se que os dois eram compatíveis. “Uma filha biológica tem 25% de chances de compatibilidade. Para uma outra pessoal sem grau de parentesco biológico as chances caem para menos de 1%. Mesmo assim deu certo! De alguma forma sinto que pude retribuir todo o amor que ele me deu através dessa doação”, afirma Rebeca.

De lá para cá foi só felicidades para o pai. Henrique de 25 anos se formou em direito, já Hannah de 22, estuda fisioterapia e Rebeca se formou em psicologia e exerce a função no mesmo hospital onde Homero trabalha. Hoje Rebeca já é mamãe, mais um presente para o ginecologista, e agora avô.

“O dia dos pais é de muita alegria pra mim, porque é presente atrás de presente na minha vida, pelos meus filhos”, diz.

Com tanta felicidade como pai, Homero se diz realizado com os filhos e afirma, sendo do mesmo sangue ou não, o amor é incondicional. “Vale a pena ser pai de qualquer maneira, sendo biológico ou não”, finaliza.

(Fonte: Inter TV dos Vales/G1)

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