O menino de 7 anos que foi chicoteado pela mãe em Santa Bárbara do Leste, no Vale do Rio Doce, foi morto por enforcamento. O inquérito foi encerrado e encaminhado à Justiça nessa terça-feira (8). Com isso, além do crime de tortura, a mulher e o marido, padrasto da vítima, passam a responder por homicídio duplamente qualificado.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Luiz Eduardo Moura Gomes, o laudo de necrópsia apontou asfixia mecânica. “Além das agressões com o chicote e da esganadura, ficou constatado que João Paulo Camilo foi queimado, provavelmente por um ferro quente. A vítima apresentava várias queimaduras de terceiro grau pelo corpo”, contou o delegado.
(Criança foi torturada até a morte – Foto: Divulgação)
Ainda de acordo com Gomes, com essas informações, as investigações tomam um novo rumo. “Diferente do que foi levantado no começo do caso, agora sabemos que eles não tinham a intenção só de torturar e, sim, de matar”, destacou.
Com isso, Josina Concebida Moysés, de 36 anos, e José Mateus da Silva, de 35, além de responderem pela tortura de João Paulo e dos seus irmãos de 3 e 4 anos, também foram indiciados por homicídio com as qualificadoras de motivo fútil, asfixia mecânica e ocultação de cadáver. Somadas, as penas podem chegar a 91 anos de prisão para cada suspeito.
Relembre o caso
O corpo de João Paulo foi encontrado no dia 30 de junho deste ano às margens da BR-116. A princípio, Josina havia dito aos familiares paternos da criança que o filho havia fugido de casa. Ela e o marido foram presos depois que os irmãos da vítima foram encontrados dentro do imóvel com várias agressões pelo corpo.
Já na delegacia, a mulher confessou que havia agredido os filhos com chicote usado em cavalo. As agressões teriam acontecido porque as crianças abriam a geladeira sem o consentimento dos adultos e urinavam na cama.
O casal ainda confessou que, ao perceber que a criança estava morta, resolveu abandonar o corpo na rodovia. Já os outros meninos foram internados em um hospital de Caratinga.
Segundo a conselheira tutelar de Santa Bárbara do Leste, Eliana Teixeira Gonçalves, as crianças ainda recebem atendimento médico e, quando liberadas, serão entregues provisoriamente para o tio materno.
(Padastro e mãe da criança foram acusados pela morte – Foto: Divulgação)
(O Tempo)