O termo política nos remete à antiga Grécia e tem sua origem na palavra grega politéia, diretamente relacionada à pólis, ou cidade-Estado. Logo, politéia poderia significar tanto cidade-Estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes ao coletivo e à vida em sociedade.
Nas ciências sociais, mais especificamente em sociologia, uma sociedade – do latim: societas – é o conjunto de pessoas que tem propósitos convergentes, ou seja, de forma geral tem os mesmos objetivos, desejam as mesmas coisas, compartilham preocupações, gostos e costumes, interagindo entre si e constituindo uma comunidade.
Logo, conceitualmente, política e sociedade caminham juntas há mais de 2.500 anos, mas na prática sempre estiveram ligadas e se complementam desde os primórdios da existência humana.
Mas vamos para os dias de hoje e experimentar algumas reflexões, pressupondo-se que uma sociedade é composta de pessoas com os mesmos desejos e que é necessário ter o mínimo de organização social para se conseguir a conquista destes desejos, afinal de contas, não é maluquice desejar saúde e educação de qualidade; lazer e segurança pública; emprego e renda; e por aí vai… Certo?
Quando uma pessoa está com necessidade de agendar uma consulta médica, ela precisa negociar no seu local de trabalho uma agenda compatível com os horários ou obrigações junto à instituição em que trabalha, ou na pior das hipóteses, apresentar um atestado médico que lhe permita ausentar-se sem ser penalizada pelas normas trabalhistas vigentes, correto?
Então vamos refletir juntos:
1- O desejo é a agenda de uma consulta médica (a não ser que a pessoa tenha um maior desejo de continuar com algum tipo de mal estar, aí é caso de opção, foro íntimo…);
2- Aí vem a necessidade de negociar no local de trabalho para que a convivência permaneça tranquila, adequando agendas com tarefas, pois é dali que sai o provento familiar;
3- Se não deu tempo de negociar e foi necessário faltar em um dia de serviço, é necessário cumprir as normas vigentes e apresentar um atestado médico.
Confere? Desejo, negociar, convivência, negociar, cumprir normas.
Taí, um exemplo da política (negociação, diálogo, troca de ideias…) que fazemos todos os dias para viver em sociedade (desejos, interesses comuns, normas…).
Assim é no trabalho, na escola dos filhos (qual mãe não teve seus conflitos na educação dos filhos?), no lazer, na faculdade, no supermercado, no banco (a não ser que você seja daqueles que fura a fila do caixa…) e, principalmente, dentro da própria casa.
Então, não há como fugir da natureza do ser humano: sim, somos seres políticos desde o nascimento e precisamos respeitar regras para poder viver em sociedade.
Mas também temos os nossos direitos, sempre seguidos de nossos deveres. Não podemos nos iludir, pois todo bônus (direito) vem seguido de um ônus (dever).
Já é hora de participar efetivamente das decisões que influenciam o dia a dia da nossa sociedade, porque não se pode deixar para que o outro faça o papel que é de cada um de nós.
E só para relembrar, na Constituição da República Federativa do Brasil, a lei máxima do nosso país, está escrito, logo no início:
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Percebem? DIRETAMENTE!
É esta a prosa que vamos ter aqui nesta coluna, abordando política, sociedade, cidadania, democracia e outros assuntos que, por vezes, acabam ficando esquecidos e, quando acontece isto, tenha certeza, os que estão lá nos representando acabam se beneficiando destes nossos esquecimentos.
Forte Abraço!