Laudo sobre a morte de família carbonizada em Rio Pardo de Minas deve sair em 10 dias

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Pai, mãe e crianças de 2 e 7 anos moravam em Rio Pardo de Minas. Incêndio pode ter sido causado por vela usada no quarto.

(Foto: José Maria Dias / Rio Pardo Notícias)

O laudo que vai determinar a causa da morte de Antônio José da Silva Neto, de 28 anos, da esposa dele, Edna Barbosa, de 29, e das duas crianças, de dois e sete anos, que morreram carbonizadas em Rio Pardo de Minas (MG), deve sair em 10 dias. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal de Montes Claros (MG).

Os quatro foram encontrados mortos nesta quarta-feira (14), em um dos cômodos de uma casa no Bairro Esplanada. As chamas atingiram somente um quarto, mas a fumaça deixou as paredes do imóvel pretas, e o calor derreteu eletrodomésticos.

O casal nasceu na região de Rio Pardo, morou no interior de São Paulo e havia se mudado para a cidade há duas semanas. A mulher estava grávida de quatro meses.

O investigador da Polícia Civil, Eduardo Viana, diz que a princípio o incêndio foi acidental, mas todas as possibilidades estão sendo averiguadas.

Segundo ele, é possível que as chamas tenham começado nos colchões, que estavam no chão do quarto, por causa de velas que estavam sendo utilizadas, já que a energia elétrica do imóvel foi cortada por falta de pagamento do inquilino anterior.

Eduardo Viana diz que Antônio José chegou em casa exaltado, com sinais de embriaguez, na madrugada do incêndio. Foi verificada a possibilidade de que o crime tivesse sido cometido após algum desentendimento da vítima nos bares por onde ele passou, mas uma equipe de investigadores percorreu os locais e já descartou essa hipótese. Antônio não tinha passagens pela polícia.

Fabrício Martins, dono da casa, e primo de Edna Barbosa, foi o primeiro a chegar ao local. Ele foi avisado do incêndio por uma vizinha.

“Saltei o muro e vi uma chama pequena, peguei uma garrafa com groselha e apaguei o fogo. Em seguida, acendi a luz do celular e vi Antônio. Saí correndo e chamei a polícia.”

A vizinha que chamou Fabrício conta que não escutou barulhos durante a madrugada. A janela da casa de Ana Ferreira dá acesso para o corredor da casa onde as vítimas moravam.

“Não ouvi gritos e nem o choro das crianças, durmo com a televisão ligada e com a janela fechada. Fiquei chocada, nunca vi nada parecido acontecendo aqui na cidade.”

“Quando chegamos no quarto, que não tem nenhuma janela, estava escuro, a casa tinha bastante fumaça, mas o incêndio já havia sido controlado. O pai estava de bruços com uma das filhas em cima dele, a outra criança estava agachada, no canto da parede, e a mãe estava virada para a parede”, diz o tenente Charles Paiva, da Polícia Militar.

(Alex Sandro / Folha Regional)

Ligação para a tia

Por volta da meia noite, Edna Barbosa ligou para a tia Rosa Maria Bichaco, para dizer que o marido havia saído cedo e ainda não tinha chegado em casa. “Chamei a minha sobrinha para dormir na minha casa, mas ela não aceitou e me contou que o marido estava insatisfeito com a mudança para a cidade.”

Já pouco depois das 2h, Edna voltou a ligar, pedindo leite para a tia. “Ela me ligou dizendo que a criança de dois anos chorava querendo leite, eu disse que ela viesse até a minha casa para buscar. Ao fundo eu ouvia ela chamando o marido para ir junto, eu escutava ele resmungando, mas não conseguia entender o que dizia, parecia revoltado. A ligação caiu e foi a última vez que falei com a minha sobrinha.”

(Michely Oda / G1)

(Fonte: Inter TV Grande Minas / G1)

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