Trabalhando em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, por meio do Mais Médicos, uma profissional revelou haver atrasos no pagamento a brasileiros que atuam pelo programa federal. Segundo a denúncia, divulgada ontem pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), essa médica, que pediu para não se identificar, estaria há dois meses sem receber salário, mesmo cumprindo a jornada de trabalho estabelecida.
Na imagem, um dos vários protestos feitos pelos médicos brasileiros contra o programa – Foto: Daniel Protzner
“Os médicos estrangeiros estão com o pagamento em dia, somente eu e os outros três médicos brasileiros estamos sem receber”, afirmou a médica ao CRM-MG. Ela chegou a Coronel Fabriciano em março deste ano. Desde o lançamento do programa, em julho de 2013, o município recebeu 21 profissionais de saúde, sendo 14 cubanos e sete brasileiros. Os últimos médicos chegaram à cidade no dia 28 de abril para integrar as novas equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF). O município possui 19 equipes, e neste mês, deve chegar a 30.
O presidente do CRM-MG, Itagiba de Castro Filho, lamentou a situação por meio da assessoria de imprensa. “Uma das poucas vantagens deste programa é o de retirar do prefeito a prerrogativa de dispor do profissional ao seu bel prazer, pagando quando e como convier a ele. Porém, nem essa vantagem está sendo respeitada”, disse.
Segundo o CRM–MG, vários relatos referentes a problemas no programa têm sido recebidos semanalmente. No caso da médica de Coronel Fabriciano, a orientação do conselho à profissional foi encaminhar a denúncia ao Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), órgão competente para discutir questões trabalhistas. A reportagem tentou contato com o Sinmed-MG e com a prefeitura de Coronel Fabriciano, mas ninguém foi encontrado para comentar o caso em nenhum dos órgãos.
(Fonte: O Tempo)