Outro acusado de matar o jornalista será julgado somente em 2015. Lúcio Lírio Leal será julgado no dia 28 de agosto no fórum de Ipatinga.
O investigador da Polícia Civil, Lúcio Lírio Leal, um dos acusados pela polícia de participar da execução do jornalista Rodrigo Neto, morto no dia 8 de março de 2013, sentará no banco dos réus em Júri Popular marcado para o dia 28 de agosto, a partir de 9h, no Fórum de Ipatinga. O julgamento foi marcado na última quinta-feira (8) pelo juiz Antônio Augusto Calaes, titular da 2ª Vara Criminal.
Lúcio Lírio Leal e o falso detetive Alessandro Neves Augusto, o “Pitote” foram denunciados pelo Ministério Público pela morte do repórter policial. Segundo a acusação, no dia do assassinato do repórter, Alessandro, além de atirar e matar Rodrigo Neto, também atirou contra um amigo do jornalista. A segunda vítima só não foi atingida porque se escondeu atrás do carro do radialista.
Lúcio negou participação na execução de Rodrigo Neto. (Foto: Patrícia Belo / G1)
Dinâmica
De acordo com o delegado Emerso Morais, que presidiu o inquérito, foi feita uma investigação criteriosa da vida pessoal, financeira e profissional do radialista.
Na apuração deste homicídio, segundo a equipe, foram realizadas diversas diligências e utilizados diversos recursos investigatórios como análise de vínculo através de câmara de circuitos internos e interceptação telefônica.
Para o delegado, a quebra do sigilo das ligações foi fundamental para que os investigadores da PC chegassem aos executores do crime. Antes do crime, a força tarefa de Belo Horizonte levantou que foram feitas 130 ligações telefônicas entre Lúcio e Pitote. Após o crime até a data em que foram presos, foram efetuadas mais de 200 chamadas de um para o outro.
Em seu depoimento, Alessandro afirmou que no momento do crime estava em sua casa, no bairro Novo Cruzeiro. Já seu cúmplice disse que no dia 8 de março, ficou na casa da namorada até as 2h da madrugada.
Câmeras de segurança também registraram que o carro de Lúcio Lírio Leal circulou algumas vezes pelo caminho usado como rota de fuga da dupla. A intenção do investigador seria testar que o caminho estaria livre no momento da fuga.
Decisão
“Assim, julgo o processo preparado para que o réu seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, designando sessão para o dia 28/08/14, às 9h”, diz trecho do despacho. O juiz ainda intimou o Ministério Público, a Defensoria Pública e a subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, para comparecerem ao sorteio dos jurados. ‘Pitote’ deverá ser julgado somente ano que vem.
Alessandro ficou insatisfeito com as provas e recorreu no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, razão pelo qual o processo foi desmembrado. Os autos que conta com oito volumes e mais de 1.500 páginas foram retirados fisicamente do Fórum de Ipatinga e levado para a 2ª instância em Belo Horizonte.
Por causa dos prazos processuais a expectativa é que os cadernos retornem em seis meses para a Comarca de Ipatinga, com a decisão do TJ. A instância pode desconsiderar o pedido de julgamento de Alessandro ou não. Caso o tribunal decida por manter a opinião do juiz Antônio Augusto, ‘Pitote’ deverá ir a julgamento somente em 2015. (G1)