Comércio da região ficou com as portas fechadas por mais de uma hora. ‘Olho Vivo’ e Rede de Comércio Protegidos devem ser instalados.
Os comerciantes do Bairro Major Prates, na zona sul de Montes Claros (MG), fecharam as portas por uma hora nesa quinta-feira (30) e foram para as ruas protestar. O motivo da paralisação é alto número de roubos que estão acontecendo no local. 25 policiais militares acompanharam a manifestação.
Paralisação durou pouco mais de uma hora (Foto: Michelly Oda / G1)
O presidente da Associação Comercial dos Empreendedores da Zona Sul, José Leite, diz que, somente no bairro, há cerca de 460 comerciantes, e em toda região que abrange os bairros vizinhos, o número de estabelecimentos comerciais chega a três mil.
“Estamos fazendo a paralisação para chamar atenção das autoridades quanto o grande número de assaltos, alguns inclusive, de forma violenta. Temos um comércio que ficou fechado após ser roubado por mais de uma vez na mesma semana, uma das funcionárias ficou em estado de choque, depois dos crimes.”
Para Severino Batista, que está há 20 anos mora no Major Prates, os comerciantes estão se tornando reféns da violência.
“Antigamente ficávamos com as lojas abertas até as 21h, hoje, temos que fechar às 18h. O expediente do sábado também foi encurtado, tudo isso por conta da medo.”
Apesar de nunca ter sido assaltado, durante os 10 anos que está no bairro, Geraldo Pereira conta que as lojas vizinhas todas já foram alvo de criminosos.
“Precisamos de um policiamento reforçado na área central do Major Prates, com as câmeras do Olho Vivo e as viaturas circulando com maior frequência. A única solução é termos fé, porque a atuação do poder público está deixando a desejar.”
Geraldo Pereira também diz que as estatísticas não representam fielmente a realidade, já que muitos comerciantes não registram os boletins de ocorrência. Ainda segundo ele, em alguns casos, embora haja um posto policial no local, as viaturas demoram até uma hora para chegar.
Elinez Medeiros supervisiona os funcionários que trabalham nos caixas de um supermercado. 20 funcionários têm essa função no estabelecimento. “Como eles lidam diretamente com o dinheiro, ficam muito apreensivos, já que estão expostos a violência”.
Ainda de acordo com Elinez Medeiros, o medo dos funcionários aumentou ainda mais depois que uma operadora de caixa foi morta durante um assalto em Pirapora (MG).
“Os proprietários do supermercado fazem todos os investimentos possíveis para garantir a segurança, mas isso não nos livra dos criminosos. Eles estão soltos, agem da mesma maneira, chegam armados e de moto, até parece que os assaltos são cometidos pelas mesmas pessoas.”
O que diz a Polícia Militar
Dados da Polícia Militar apontam que no primeiro quadrimestre de 2013, foram registrados 12 roubos, no mesmo período deste ano, já são 14. “Houve um pequeno acréscimo no número de assaltos, mas houve aumento do numero de comerciantes e da população em torno do bairro”, fala o tenente coronel Nivaldo Ferreira.
O tenente também diz que a região tem o segundo comércio mais ativo da cidade, por isso está prevista a instalação de 16 câmeras de monitoramento do “Olho Vivo” e também o início da Rede de Comércio Protegidos. Ambos os projetos estão presentes somente na região central da cidade. A expectativa é de que eles sejam implantados no bairro em breve.
Além disso, para coibir a ação dos criminosos, a polícia diz que faz patrulhamento constante no bairro e operações de prevenção e repressão.
“A manifestação é legítima e faz parte da democracia. Uma das formas de melhorar a segurança é por meio desse tipo de iniciativa, já que as pessoas buscam juntas uma maior participação e integração com os órgãos de segurança pública”, destaca o tenente. (G1)