A Polícia Civil de Montes Claros instaurou inquérito para identificar os autores de um incêndio que destruiu 43 ônibus da empresa Transnorte, que estavam em um terreno localizado no Bairro Santo Inácio, Região Sudeste da cidade, na noite dessa quinta-feira. O delegado Bruno Resende, responsável pelas investigações, informou que a perícia confirmou que o incêndio foi criminoso. Uma das linhas de investigação é que o fogo tenha sido provocado em represália às mortes de dois rapazes, um deles menor, em confronto com a PM numa perseguição após assalto a uma mercearia, na manhã de quinta-feira, na Vila Telma, perto do local onde os veículos estavam.
No terreno estavam 47 ônibus antigos da Transnorte, todos já retirados de circulação por terem mais de 15 anos de uso. Apenas quatro veículos não foram queimados e o Corpo de Bombeiros usou 80 mil litros de água para combater as chamas. Não houve feridos. A Transnorte não se manifestou sobre o acontecimento e não revelou o valor do prejuízo. Ontem à tarde, a reportagem ligou para a sede da viação, em Montes Claros, mas a secretária alegou que todos os diretores que poderiam falar sobre o assunto estavam em Belo Horizonte. A Transnorte é a maior empresa do transporte intermunicipal de passageiros do Norte de Minas, sendo dona da linha entre a capital e outras cidades da região como Janaúba, Salinas e Taiobeiras.
Os veículos não tinham bateria e também estavam sem combustíveis, o que levou a conclusão da perícia de que o fogo foi provocado. “Ainda não sabemos qual foi o material usado para atear fogo nos ônibus”, disse o delegado Bruno Resende. Ele disse que a polícia vai avançar nas investigações na tentativa de chegar aos autores. “Ainda não identificamos suspeitos, mas a possibilidade de represália é uma das linhas de investigação”, assegurou Resende. Os ônibus estavam em um terreno aberto, sem vigilância, condição que complica as investigações, já que os moradores das proximidades alegam que não viram nenhum suspeito próximo ao local por ocasião do incêndio.
Por outro lado, o delegado disse que os ônibus antigos vinham sendo utilizados como ponto de consumo de drogas, para relações sexuais e como abrigo de moradores de rua. Esta situação estava incomodando os moradores que, recentemente, encaminharam um abaixo-assinado à prefeitura pedindo a retirada dos veículos do terreno.
(Foto: Michelly Oda / G1)