Ex-presidente da Câmara de Minas Novas, Vereador e quadrilha são indiciados por desvio de verbas

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A Polícia Civil concluiu, no final de fevereiro, um inquérito que investigou o envolvimento de funcionários da Câmara Municipal de Minas Novas, na Região do Alto Jequitinhonha, com um amplo esquema de desvio de verbas públicas. O titular da Delegacia de Minas Novas, delegado Vítor Amaro Beduschi Beloti, finalizou as investigações com o indiciamento de José Maria Lopes Ferreira, que na ocasião era presidente da câmara municipal, do vereador Geraldo Fernandes, do empresário Wellington Adão Pires e dos funcionários públicos Felipe Gabriel Martins Almeida e Josivando Alves Souza, que atuavam, respectivamente, como contador e motorista da câmara.

O inquérito foi instaurado em fevereiro de 2012, a partir da queixa de ameaça registrada por João Martins Dutra, ex-vereador de Minas Novas, contra José Maria Lopes Ferreira. Na ocasião, o denunciante disse que teria sofrido as ameaças após denunciar o envolvimento do então presidente da câmara no desvio de um computador. Após um ano de investigações o caso foi concluído resultando em 11 volumes e quase 2 mil laudas, que compreendem uma complexa investigação a respeito de crimes contra a administração pública no município de Minas Novas.

Nos autos constam mandados de prisão preventiva, temporária e quebra do sigilo telefônico, bancário e fiscal do envolvidos. Eles foram indiciados nos crimes de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, ameaça, peculato desvio, formação de quadrilha, dispensa injustificada de licitação e destruição ou inutilização de papéis ou documentos públicos.

As investigações apontaram que José Maria Lopes Ferreira subtraiu e desviou um computador, um telão e uma câmera fotográfica do gabinete da câmara municipal, configurando o crime de peculato. O então presidente da câmara também é acusado de ocultação de prestação de contas referentes a 2011.

O inquérito também apontou que José Maria reuniu-se aos outros quatro indiciados para cometer os crimes contra a administração pública, deixando Wellington responsável pela criação de uma empresa fantasma que foi usada para simular a prestação de serviços de publicidade à câmara. Como o ex-vereador Geraldo exercia função de Secretário Executivo da casa, coube a ele a aprovação de todas as notas de empenho emitidas irregularmente.

O esquema teve a participação de Felipe Gabriel, que foi contratado como contador da câmara municipal para substituir um funcionário de carreira, que havia sido exonerado repentinamente por José Maria. Já o motorista Josivando se envolveu nas irregularidades por ter seu nome usado em notas de viagens expedidas de forma fraudulenta.

A quebra do sigilo bancário dos indiciados revelou que foram feitos lançamentos de valores apenas na conta do ex-vereador Geraldo, o que leva a polícia a acreditar que existam “laranjas” no esquema, levantando, inclusive, o nome de três suspeitos. O inquérito foi encaminhado concluso à Justiça de Minas Novas.

(Polícia Civil de Minas Gerais)

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