Um funcionário da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Montes Claros, no Norte de Minas, estava recebendo o benefício do Bolsa Família desde 2010 no lugar dos pais de pelo menos cinco crianças. Cada benefício era de cerca de R$ 22 por mês, o que totaliza uma fraude de cerca de R$ 110 mensais. Nessa quinta-feira (20), o contrato de trabalho de Renato Ferreira Acácio foi encerrado.
O caso só foi descoberto depois que uma senhora foi até a Secretaria de Assistência Social para questionar os motivos de não estar recebendo o benefício do neto. Durante a consulta no sistema do programa, ficou constatado que Acácio estava cadastrado como beneficiário em nome do neto da senhora e de outras quatro crianças, sendo duas sobrinhas do ex-funcionário público.
Acácio alegou que tinha um acordo de confiança com todas as famílias, que cederam os cartões do Bolsa Família a ele. O suspeito era tio de dois beneficiários e amigo dos pais das outras crianças.
A avó, que olha a criança que estava tendo seus direitos lesados pelo servidor e outros quatro netos, sobrevive com uma aposentadoria de R$ 650 paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Um inquérito foi aberto pela Secretaria de Combate a Corrupção de Montes Claros, que irá apurar o caso. As investigações devem ser concluídas em até 30 dias. As famílias já foram recadastradas no programa, e ainda não está definido se vão receber do governo o valor sacado por Renato Acácio.
Segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura de Montes Claros, ao fim das apurações, o caso será enviado ao Ministério Público e à Polícia Federal. A prefeitura informou, também, que a demissão do funcionário não teve relação com a fraude, uma vez que as investigações ainda não foram concluídas. Ele teria sido demitido por contenção de gastos. (O Tempo)