A secretária municipal de Educação de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha (MG), Maristane Oliveira Carvalho, tomou uma medida extrema nessa segunda-feira (17/03), em função dos inúmeros arrombamentos e furtos ocorridos na escola municipal João Alves II, localizada na Comunidade do Córrego do Narciso, a cerca de 35 km de Araçuaí.
Com medo da violência, ela comunicou aos pais e professores que a escola ficará sem aulas por uma semana, até que as autoridades tomem uma decisão sobre a segurança na comunidade.
Revoltados com a série de ataques que a escola vem sofrendo, uma comissão de pais, acompanhados da secretária da Educação e de professores, esteve na manhã desta segunda-feira (17) na delegacia de Polícia Civil para cobrar providências.
A delegada Ana Paula Balbino, está de folga por 15 dias, e a comissão foi recebida pelo detetive Márcio Soares Oliveira.
“A situação é crítica. Tudo que é colocado na escola é furtado durante a noite. Não há instituição que suporta isso. As crianças estão amedrontadas”, lamentou a secretária.
“Somente nos últimos três meses, a escola foi arrombada 17 vezes”, afirmou Maria Aparecida Nunes Silva, 39 anos, presidente da Associação Comunitária do Córrego do Narciso.
“Antes do recesso de carnaval, os ladrões arrombaram a porta, quebraram as janelas, furtaram tudo que estava dentro da escola, a exemplo de botijões de gás, merenda das crianças e equipamentos. Não satisfeitos, ainda colocaram fogo no teto de PVC”, contaram os pais dos alunos.
A escola possui 23 alunos de 6 a 10 anos, do ensino fundamental, de 1º ao 5º ano.
“Com medo da violência, não conseguimos contratar nenhum vigia para o lugar”, justificou a secretária de Educação.
Pais de alunos exigem que as autoridades policiais tomem medidas imediatas para combater a criminalidade no lugar – Foto: Gazeta de Araçuaí
O medo e a insegurança rondam a comunidade que possui cerca de 65 famílias
“Entraram na minha casa e furtaram aparelho de DVD, antena de telefone e botijão de gás”, lembra Mariete Soares de Oliveira.
“Em outubro passado, eu retornava de uma festa na casa do meu sogro. Quando cheguei em casa, encontrei a porta arrombada. Levaram dois celulares, caixas de som e R$ 100 reais em dinheiro”, lembrou o lavrador Adnei Alves Santos, de 35 anos.
“Estamos correndo risco de vida. Se não tomarem uma providência não quero mais continuar dando aulas no lugar”, avisa a professora Manoela da Cunha.
“Retornei para a comunidade há 17 dias. Já arrombaram minha casa por duas vezes”, informou José Maria dos Santos, de 43 anos.
Propostas
A avó de um dos alunos da escola propõe a instalação de câmeras de segurança no prédio, e que a prefeitura insista na contratação de um vigia noturno.
A secretaria municipal de Educação elaborou um documento que será entregue ao Ministério Público e às Policias Civil e Militar, exigindo providências.
De acordo com os moradores, existem três elementos da Comunidade que estão praticando os crimes. “Eles já são conhecidos na prática dos crimes. Basta agora que a polícia faça a identificação e abra procedimentos para puní-los.”, disseram os moradores.
Na tarde de domingo, um deles foi flagrado nas imediações da rodoviária, tentando vender uma moto por R$ 1 mil reais. “Ele estava sem capacete e ferido, depois de uma queda. A moto foi apreendida porque ele não apresentou documentos. Horas depois o dono da moto apareceu no quartel para apresentar queixa de furto”, disse um policial militar.
A policia fez rastreamentos para prender o individuo que não foi mais localizado.
De acordo com a Polícia Civil, o documento que será entregue pela secretaria municipal de Educação, vai ajudar na ação preventiva e na identificação dos elementos suspeitos.
(Gazeta de Araçuaí)