Feto é encontrado no lixo de Unidade de Saúde em Belo Oriente

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Um feto de cinco meses foi encontrado nessa terça-feira (25), dentro de uma lixeira, por funcionários de uma unidade de saúde, na cidade de Belo Oriente. Segundo informações da Polícia Civil, a faxineira do pronto atendimento estranhou o peso do lixo e decidiu olhar. “Ao abrir, ela viu um monte de papel e o bebê no fundo do lixo”, informou o delegado Thiago Alves Henriques.


Sete comprimidos foram encontrados com a vendedora. (Foto: Patrícia Belo/G1)

Segundo a polícia, a mãe do bebê, de 19 anos, foi presa, suspeita de fazer o aborto, e um homem de 60 anos também foi preso, suspeito de intermediar a compra dos remédios. Também foi presa em flagrante uma mulher de 45 anos, suspeita de ser a vendedora os abortivos.

Além do envolvidos também foram apreendidos sete comprimidos abortivos de venda proibida no Brasil. Os detidos e os remédios apreendidos foram levados para delegacia de Ipatinga.

O aborto

O coordenador da unidade de saúde, Lincoln Felipe dos Santos, disse que o feto, de aproximadamente cinco meses, teria sido abortado pela mãe na segunda-feira (24), e que em seguida a mulher procurou atendimento médico, pois estava se sentindo mal.

“Pela ordem cronológica dos fatos, a mulher ingeriu os remédios e ao sentir as dores procurou atendimento médico. Ao chegar à unidade ela foi direto para o banheiro, teve o bebê, e em seguida jogou o feto dentro da lixeira. Só descobrimos a situação um dia após tudo ter acontecido, quando a faxineira passou recolhendo os lixos do banheiro”, explica o coordenador.

Lincoln disse ainda que quando a faxineira informou do ocorrido, ele imaginou que o feto deveria ser da mulher que procurou atendimento no dia anterior, apresentando sangramentos e sintomas de quem esteve ou estaria grávida.

“Procurei a pessoa que atendeu a mãe e peguei a informações, e em seguida acionei a polícia. Segundo a médica, ela perguntou à mulher se ela estava grávida, mas ela negou a informação. Em seguida foi receitado um remédio e a paciente foi encaminhada para UPA de Ipatinga”, disse.


A mãe que abortou não quis gravar entrevista e permaneceu chorando dentro da delegacia. (Foto: Patrícia Belo/G1)

Remédios vendidos no camelô

O feto foi recolhido pela perícia e levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Ipatinga. Em seguida o delegado Thiago Alves teve acesso ao prontuário da mãe e foi até a casa da jovem de 19 anos para averiguar os fatos.

A princípio a mãe negou, mas minutos depois confessou ter feito o abordo, e ainda ajudou a poácia a chegar até os outros dois presos, que seriam os vendedores dos remédios abortivos.

“Ela nos disse que conversou com um vendedor ambulante em Ipatinga, e que ele conseguiria esse remédio para que ela fizesse o aborto. A mãe nos levou até esse homem, que seria o intermediário, e ele nos encaminhou até uma mulher, que tem uma barraca de ‘bugigangas’ no camelô de Ipatinga. Fizemos a prisão em flagrante e apreendemos os remédios”, disse.

O delegado disse ainda que a mulher que faz a venda ilegal dos remédios deve ser uma bastante conhecida meio, visto que uma jovem de apenas 19 anos teria saído da cidade de Belo Oriente para comprar os medicamentos em Ipatinga.

“Ninguém que tenha começado neste ramo há pouco tempo venderia remédios em uma barraca, em um camelô movimento, e ainda teria um homem que faz o intermédio de venda para clientes. Isso é coisa antiga, que vamos investigar”, diz.

Lucratividade

A vendedora presa em flagrante disse para a reportagem que comprou uma cartela com 10 comprimidos por R$ 300 reais, e que revendia para o homem, que também foi preso. O remédio, de venda proibida, é indicado para o tratamento de úlceras e utilizado para provocar aborto.

A polícia informou que nenhum dos envolvidos tem passagens pela polícia, e que o caso será investigado pela Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH).

A pena, no caso da vendedora do medicamento, e do homem que intermediou a compra, varia de dez a 15 anos de prisão, por ser um crime hediondo. Já para a mãe, que provocou o aborto, a pena varia de um a três anos de detenção.

(Fonte: Inter TV dos Vales/G1)

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