Desde ontem, segunda-feira (17), circula nas redes sociais e tem sido assunto nos mais diversos núcleos guanhanenses de situação ou oposição, uma nota de falecimento da Unidade de Pronto Atendimento de Guanhães (UPA). Vários internautas compartilharam a nota e mudaram as fotos de perfil por uma imagem com a seguinte frase: “Em luto pela UPA 24h – Unidade de Pronto Atendimento Guanhães”.
(Dezinho, Secretário de Saúde de Guanhães)
Em conversa pelo telefone, o secretário de Saúde, Dezinho, esclareceu que em 2009 saiu um recurso de R$ 2 milhões para a UPA Guanhães e a previsão para entrega da unidade construída era até setembro de 2012. Do total, R$ 200 mil chegaram a ser depositados na conta do município para o início das obras.
Dezinho argumentou ainda, que quando assumiu a pasta, o projeto da UPA ainda não havia sido aprovado pela Vigilância Sanitária do Estado. O município conseguiu a aprovação do projeto, mas no momento da análise da planilha de custos, o que seriam R$ 2 milhões no início, passaram a ser R$ 3,8 milhões, valor inviável para a cidade de Guanhães.
O Ministério da Saúde e o Secretário de Estado, segundo Dezinho, também se posicionaram pela não viabilidade da construção da UPA, uma vez, que Guanhães conta com o Pronto Socorro do HIC, muito próximo do local onde seria construída a UPA. Com a resposta negativa por parte do Ministério e da Secretaria de Estado da Saúde, Dezinho, levou a situação do valor ao Conselho Municipal de Saúde.
Mais uma vez, conforme disse o secretário de Saúde, a resposta foi negativa. O Conselho Municipal de Saúde se posicionou contra a construção da UPA na cidade. De acordo com Dezinho, para assistir melhor a urgência e emergência, a secretaria fez um requerimento para transformação do Pronto Socorro em UPA. Ele afirmaque a solicitação está em fase de estudo e o município aguarda o retorno.
2ª Mediação Sanitária discute transformação do HIC em UPA
De acordo com Dezinho, a transformação do HIC em UPA será alvo de discussão na 2ª etapa da Mediação Sanitária, que vai ocorrer em Guanhães, no próximo dia 26 (quarta-feira).
Segundo o secretário, o Ministério da Saúde não pode investir e colocar diretamente recursos no HIC, por se tratar de uma entidade filantrópica. Portanto, vai ser discutida a possibilidade da Associação de Caridade Nossa Senhora do Carmo passar, em comodato, para o município a gestão do Pronto Socorro. Com esse comodato, Dezinho salienta que o Pronto Socorro consegue receber recursos dos governos Estadual e Federal e, pode de fato, ser transformado em UPA.
Sendo aprovado o comodato, o secretário de Saúde comentou que vai ser elaborado um estudo para ampliação e modernização do pronto socorro do HIC. “A modernização e a ampliação do Pronto Socorro é vista com bons olhos pela provedoria, que vai levar o assunto para a próxima assembleia da Associação de Caridade”, complementou.
Devolução do recurso
A prestação final do convênio da UPA deveria ter sido em novembro de 2013. Dezinho avisou que os R$ 200 mil que foram liberados para o início das obras, vão ser devolvidos. Segundo ele, a quantia não pode ser destinada a nenhum outro projeto.
Sobre a mobilização e comentários nas redes sociais das pessoas debatendo o coma da saúde, o secretário informa, que não apenas Guanhães teve a suspensão da UPA, mas o mesmo problema aconteceu com outras 19 cidades mineiras. Contagem e Belo Horizonte, por exemplo, perderam duas UPA’S cada uma delas.
“Quando se coloca que a administração atual perdeu a UPA é uma inverdade. Ela começou a ser perdida quando não foi iniciada em 2009. Eles não conseguiram a aprovação do projeto na vigilância sanitária; a esperada aprovação saiu em janeiro de 2013 e a prestação de contas final tinha prazo até novembro de 2013”, argumentou.
Dezinho também declara que a administração anterior: “É um desacordo de visão de investimento entre o estado e o governo Federal. Não houve do estado de Minas, nenhum incentivo para que os municípios colocassem em prática a construção das UPA’s. O estado disse não ao projeto do governo federal e não investiu, não viabilizou e nem alocou recursos dos municípios para que as UPA’s pudessem ser instaladas e construídas nesses municípios. Não podemos dizer que foi uma neglicência da antiga administração. E sim um posicionamento do governo do Estado em não colocar recursos nesse projeto”, finalizou Dezinho.
(Fonte: Folha de Guanhães)