O município de Gouveia, na região do Alto Jequitinhonha, tem 550 crianças com idades entre 0 e 4 anos, segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010. O problema é que a única creche da cidade tem capacidade para receber apenas 150 delas. Uma outra unidade, com estrutura para atender 250 alunos, está com obras paradas há pelo menos um ano.
Abandonado e tomado pelo mato, local virou atrativo para animais
De acordo com o prefeito Geraldo de Fátima de Oliveira (PV), a obra custaria R$ 915 mil, com recursos do governo federal – já foram gastos R$ 710 mil. As intervenções começaram em abril de 2010, com previsão de término em um ano. Em 2012, a empresa Castro Neves Empreendimentos Ltda, responsável pela obra, solicitou um aditivo para terminar a construção. A prefeitura informou que havia uma “completa inconsistência entre a proposta contratada e a nova planilha apresentada’. Por isso, não aceitou o montante pedido, de mais 30% do valor inicial da obra.
Diante do impasse, a empreiteira abandonou a obra e o contrato foi encerrado. O município promoveu novo processo licitatório para a conclusão da creche em 29 de janeiro. A previsão para retomada dos trabalhos é na próxima quarta-feira.
Segundo Geraldo Oliveira, 80% da obra está concluída e as intervenções estão paradas há um ano. A Castro Neves foi procurada na tarde de ontem, mas ninguém atendeu nos números de telefone disponíveis no site.
À espera
Os moradores de Gouveia rebatem a informação do prefeito e dizem que as obras estão paradas há dois anos. O pintor Paulo Merquides Fernandes, 35, tem uma filha de 1 ano e reclama da demora na conclusão da creche. “Minha mulher sempre trabalhou, mas teve que deixar o emprego para ficar em casa cuidando da nossa filha por não ter com quem deixar. E eu tenho trabalhado o dobro para manter o padrão de vida que tínhamos”, disse.
(Foto: Williton Brandão Silva)
(Fonte: O Tempo)