O premiado Programa Aperam Raízes do Vale, que visa promover a segurança alimentar e práticas sustentáveis nas comunidades do Vale do Jequitinhonha, entra em uma nova fase em 2025. Lançado em 2022, o programa já beneficia 145 famílias, o que equivale a cerca de 450 pessoas, e para o próximo ano, a expectativa é que alcance 30 comunidades da região.

Com o apoio da Aperam BioEnergia, o programa proporciona aos moradores a oportunidade de cultivar alimentos em terras de eucalipto da empresa. Atualmente, o projeto soma 60 hectares de área plantada com culturas como mandioca, feijão, milho, abóbora, melancia, maxixe e andu. Além disso, quatro novas comunidades aderiram ao programa desde novembro: Areião, em Minas Novas, e Caiana, Galego e Invernada, em Capelinha.
Cada associação comunitária recebe em comodato uma área de até cinco hectares dentro das plantações de eucalipto, com total apoio da Aperam para o preparo da terra e assistência agronômica. A iniciativa visa, ainda, a regeneração do ecossistema local, aproveitando a área disponível nas florestas da empresa.
Flávia Fernandes, comerciante e líder da associação quilombola do distrito de Bom Jesus do Galego, é uma das responsáveis pela adesão de sua comunidade ao programa. “É um sonho para nós. Sonhamos em ter o melhor para a região e para a comunidade”, afirmou Flávia. Sob sua liderança, a associação recebeu sementes de milho e feijão para o cultivo nos cinco hectares cedidos pela Aperam, o que já gerou emprego e renda para 13 das 80 famílias da associação.
A comunidade de Vendinhas, uma das primeiras a ser contemplada pelo programa, é outro exemplo de sucesso. A Associação Comunitária Quilombola dos Moradores de Vendinhas já está com 90% da sua fábrica de farinha de mandioca concluída e 15 famílias participam do cultivo de mandioca, feijão e milho. Em 2023, a comunidade colheu cerca de uma tonelada de grãos cultivados em dois hectares de terra.
Angélica Fabiana, gerente executiva de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da Aperam BioEnergia, destaca a importância das parcerias no sucesso do programa. Ela enfatiza que a colaboração com a Emater, prefeituras e a Aliança Ambiental é essencial para o êxito da iniciativa. Além disso, o programa contribui para a mitigação das emissões de CO2, uma vez que a agricultura familiar, por conservar a biodiversidade e proteger o solo, é considerada um modelo sustentável mais adaptado às mudanças climáticas.
O Raízes do Vale está alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS nº 02, que busca “acabar com a fome e garantir o acesso a alimentos seguros e nutritivos”, e o ODS nº 11, que visa “tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”.
Em reconhecimento ao seu impacto, o programa recebeu, em outubro, o Selo de Sustentabilidade do Programa Aliança Ambiental Estratégica de Minas Gerais, reforçando sua importância na promoção da agricultura familiar sustentável e no fortalecimento da segurança alimentar no Vale do Jequitinhonha.
